CPI dos atos golpistas no Senado não deve sair do papel
Após investida do governo contra a proposta, não há apoio entre os senadores para abrir uma CPI no Senado
atualizado
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A proposta de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar os atos golpistas no Senado não deve sair do papel.
Os articuladores da comissão não conseguiram coletar assinaturas após 1º de fevereiro, quando teve início a nova legislatura. O requerimento foi entregue pela autora, Soraya Thronicke, com 38 assinaturas, o que inclui nomes de senadores que não estão mais no mandato e de outros que desistiram do apoio.
Aliados de Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, dizem que ele só aceitará ler o requerimento se houver uma nova coleta de assinaturas. Como o governo Lula fez pressão para que a CPI não vá adiante, a iniciativa não encontra respaldo entre os parlamentares.
O entendimento é que, mesmo se a CPI for liderada por aliados no Congresso, ela vai acabar desgastando a imagem do governo Lula, com convocações de ministros e militares, e servirá como palanque para a oposição.
Parlamentares alinhados ao governo têm se justificado dizendo que apoiaram a CPI no calor do momento, mas que, hoje, as investigações em andamento na Polícia Federal e no próprio governo são suficientes para resolver a questão.
Já se passaram 40 dias desde o 8 de janeiro.
Sem o respaldo de Pacheco, a oposição agora se articula para tentar pedir uma CPMI, uma comissão mista com deputados e senadores. A ideia é que a bancada de 99 deputados do PL, partido de Jair Bolsonaro, ajude na empreitada.