Deputados levam bronca de relator por convocações na CPI das Apostas
Deputados acordaram, antes da sessão da CPI das Apostas, que os donos de casas de apostas não serão convocados a depor como investigados
atualizado
Compartilhar notícia
O caldo entornou na CPI das Apostas Esportivas. O relator da comissão, Felipe Carreras, subiu o tom em uma reunião que antecedeu a sessão desta terça-feira (13/6) e reclamou de requerimentos que convocavam pessoas aleatórias para depor na condição de investigadas.
Carreras, do PSB de Pernambuco, é o líder do blocão de partidos aliados a Arthur Lira. Deputados que participaram da reunião foram orientados a transmitir o recado aos demais parlamentares e a transformar todas as convocações em convites, o que desobriga o depoente a comparecer na comissão.
Indivíduos que não são alvos da Justiça tiveram de ir à CPI na condição de investigados, como foi o caso do presidente da Federação Goiana de Futebol, Ronei Freitas. Ele disse, ao ser ouvido nesta terça, que ficou constrangido por ser convocado dessa maneira.
Um deputado da cúpula da CPI afirmou à coluna que empresas poderiam quebrar se a comissão adotasse um entendimento próprio para convocar donos de casas de apostas como investigados. A fim de diminuir o número de requerimentos, deputados vão priorizar convites a associações empresariais em vez de chamar os proprietários de cada companhia.
A CPI tem acumulado reclamações devido aos requerimentos apresentados de forma injustificada. O primeiro caso envolveu Luciano Vieira, do PL do Rio de Janeiro. Ele pediu para ouvir o jogador Gabriel Menino, do Palmeiras, que não fora citado em nenhuma investigação.
Outro pedido considerado esdrúxulo pela cúpula da CPI foi protocolado por Vieira. Ele quer colher o depoimento de um cidadão grego, residente na Grécia, que presta serviços para a empresa Betano. Os pedidos de Vieira costumam ter o apoio de outros bolsonaristas da comissão, como Wellington Roberto, do PL da Paraíba, e Yuri do Paredão, do PL do Ceará.