Corrida de partidos por propaganda na TV foi definida em minutos
Ordem de chegada dos pedidos é critério para dividir propaganda partidária; nove siglas fizeram as solicitações no primeiro dia permitido
atualizado
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Uma corrida decidida em poucos minutos definiu as datas das propagandas partidárias gratuitas na televisão e no rádio, recriadas neste ano. A lei, publicada no Diário Oficial da União em 4 de janeiro, durante o recesso do Judiciário e do Legislativo, determinava que a sigla que pedisse primeiro ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) levaria os melhores dias.
No dia seguinte, 5 de janeiro, a largada foi dada. Nove partidos fizeram as solicitações ao tribunal, virtualmente. Apenas três minutos separam o primeiro pedido do quarto. A agremiação mais rápida foi o Patriota, às 15h16. Por causa de sua pequena bancada parlamentar, a legenda conta com só três inserções em três dias diferentes, entre 29 de março e 2 de abril deste ano.
Um minuto depois do Patriota, às 15h17, o segundo lugar foi do PSD, que tem muito mais tempo de televisão. São 40 inserções a partir de 14 de junho em oito dias diferentes. As datas são vantajosas porque são as mais próximas possíveis da campanha eleitoral, já que a propaganda partidária acontecerá apenas no primeiro semestre.
Mais um minuto depois, às 15h18, foi a vez do PSDB. Mais dois minutos, do PV. Nove minutos mais tarde, às 15h29, o MDB enviou o documento à Justiça Eleitoral.
A velocidade do PSD, comandado por Gilberto Kassab, fez com que o MDB levasse a pior ao fazer o mesmo pedido, doze minutos depois. Alguns dos dias solicitados coincidiam com os do PSD. A lei prevê que, nesses casos, o partido fica com a data mais próxima da solicitada.
No fim das contas, o MDB ficou com inserções a partir de 16 de junho, mas com menos tempo diário do que gostaria. No primeiro dia, por exemplo, são apenas 30 segundos. Em 18 de junho, são dois minutos. A partir daí, são blocos de 1 minuto e 30 segundos.
O PSol não pareceu preocupado em disputar as inserções de rádio e TV. Foi o último partido a acionar o TSE. Isso só aconteceu em 10 de fevereiro, mais de um mês depois do corre-corre.
Os dados foram obtidos pela coluna por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI).