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Coronel da PMDF mentiu ao STF sobre plano de operação do 8/1

Em depoimento ao STF, em maio deste ano, o coronel Casimiro disse que não recebeu protocolo sobre o 8/1; prints mostram o contrário

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coronel casimiro stf
1 de 1 coronel casimiro stf - Foto: Reprodução/Arte Metrópoles

O coronel da Polícia Militar do Distrito Federal Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues mentiu em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) no dia 20 de maio deste ano. Rodrigues disse que viu o Protocolo de Ação Integrada (PAI), preparado pela Secretaria de Segurança Pública, apenas na segunda-feira, 9 de janeiro de 2023, um dia depois dos atos golpistas do 8/1.

Entretanto, conversas de WhatsApp da quebra de sigilo do coronel obtidas pela coluna mostram que o primeiro contato de Rodrigues com o documento foi no dia 6 de janeiro. O coronel estava em um grupo de WhatsApp criado pela subsecretária de Operações Integradas da PMDF, Cíntia Queiroz, no qual ela compartilhou o Protocolo de Ação Integrada por volta das 14h16 do dia 6 de janeiro.

Cerca de cinco minutos depois, segundo os prints da quebra de sigilo obtidos pela coluna, Rodrigues encaminhou o documento para o major Flávio Alencar, que respondeu “QSL Comandante, acabei de ler [sic]”. A conversa encontra-se sob sigilo na Pet 11.008, que teve origem na Ação Penal 2417.

print coronel casimiro

Nos atos golpistas do 8 de Janeiro, o coronel era o chefe do 1º Comando de Policiamento Regional da PMDF e esteve preso de 18 de agosto de 2023 até 30 de abril deste ano. Rodrigues foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), com outros cinco integrantes da PMDF, por omissão, abolição violenta do Estado democrático de direito, golpe de Estado, dano qualificado, deterioração de patrimônio tombado e violação dos deveres.

Em depoimento ao STF no dia 20 de maio deste ano, o coronel foi questionado pelo advogado Felipe Collares sobre o Protocolo de Ação Integrada. Leia o diálogo abaixo e assista ao vídeo no fim da reportagem.

“O senhor disse que o PAI não chegou ao 1º CPR [1º Comando de Policiamento Regional], certo?”, perguntou Collares.

“O protocolo foi enviado para o 1º CPR fora do expediente, o expediente acabou às 13h. Ele foi enviado, segundo o documento do meu substituto, no final do expediente. Foi aberto no 1º CPR na segunda-feira (9/1). Eu não abri esse documento no SEI”, respondeu o coronel.

Advogado Alexandre Collares: “Então somente no dia 9?”

Coronel Casimiro: “Isso. Isso consta no documento do coronel Adriano, que foi o coronel que me substituiu no 1º CPR depois do dia 10 de janeiro.”

Advogado Alexandre Collares: “Coronel, o senhor fazia parte do grupo intitulado ‘Perímetro’, certo?”

Coronel Casimiro: “Certo.”

Advogado Alexandre Collares: “Consta que o PAI foi enviado ao grupo Perímetro no dia 6 às 14h16. O senhor não se lembra do PAI ter sido enviado neste grupo?”

Coronel Casimiro: “São muitas informações, doutor. Nem sempre, como eu falei aqui, você consegue acompanhar todas as informações de um grupo.”

Procurada, a defesa de Rodrigues não respondeu aos questionamentos da coluna. O espaço continua aberto para manifestações.

(Atualização às 8h50 do dia 18 de outubro de 2024: Em nota à coluna, o coronel Casimiro disse que “não lembra” de ter encaminhado o documento para o major Flávio Alencar e alegou que “o que vale para as providências de policiamento são documentos oficiais enviados no canal de comando da PMDF do DOP para o 1° CPR via SEI”.)

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