Conselheiro econômico de Lula quer Petrobras como empresa de energia
Para Guilherme Mello, saída para Petrobras é deixar de ser apenas extratora de petróleo e focar em energia
atualizado
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A Petrobras deveria se tornar uma empresa de energia e não apenas de extração e venda de petróleo, defende Guilherme Mello, que lidera o grupo de economistas que assessora a campanha de Lula.
O economista conversou com a coluna nesta terça-feira (15/3), antes de participar de um debate promovido pela Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE) com representantes dos pré-candidatos ao Planalto. O único a não enviar ninguém foi Jair Bolsonaro.
“Uma empresa extratora de petróleo cru tem um futuro brilhante pela frente?”, questionou. O diagnóstico de Mello leva em conta os problemas no curto prazo, como a perda da capacidade de refino de combustível pela Petrobras, com outros de horizonte mais longo, a exemplo da questão ambiental e a redução da dependência de combustíveis fósseis.
“Quando se define que vai abrir mão do refino e apostar na livre concorrência em um dos setores mais oligopolizados do mundo, se enfraquece uma grande empresa brasileira”, analisou Mello.
Esse enfraquecimento, segundo essa tese, faz com que o Estado “abra mão de todos os mecanismos de coordenação do rumo do processo” e fique à mercê de choques externos, como o que ocorre agora com a mega-alta dos preços dos combustíveis. “Quando a maré vira, você tem pouca coisa para fazer”, completou Mello. O economista também propôs a criação de um novo projeto de investimento da Petrobras com estímulo à transição energética para energias limpas.
Guilherme Mello é professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e preside o núcleo de economia da Fundação Perseu Abramo, braço programático do PT. A partir do mês que vem, a entidade começará a enviar propostas ao plano de governo do petista. A coordenação da campanha dará a palavra final.