Congresso pede mais cargos na Codevasf para atender parlamentares
Deputados e senadores pressionam o governo a criar novas superintendências na Codevasf
atualizado
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Para resolver o impasse em torno dos cargos federais nos estados, o governo está sendo pressionado a criar mais superintendências da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).
Parlamentares querem dividir as superintendências do Maranhão e de Pernambuco em duas regiões, como acontece na Bahia, em que há duas chefias: a de Juazeiro e a de Bom Jesus da Lapa.
A superintendência de Petrolina, no sertão pernambucano, é o cargo federal mais cobiçado no estado. O órgão é usado para compra de tratores de pavimentação e maquinário agrícola, doações que rendem votos para os políticos em suas bases.
Deputados do PT, PSB, PP e Republicanos estão disputando a indicação do posto. A negociação se arrasta há semanas.
— O PT não abre mão da regional da Codevasf — diz o deputado Carlos Veras, do PT de Pernambuco.
Para solucionar o problema, deputados pedem a criação de uma nova superintendência em Recife, que atenderia a região do agreste pernambucano. Dessa forma, Felipe Carreras, do PSB, e Silvio Costa Filho, do Republicanos, ficariam com a região do sertão; o PP, com Eduardo da Fonte, Fernando Monteiro e Lula da Fonte, ficariam com a capital.
No Maranhão, um dilema parecido levaria à divisão em uma região para atender o senador Weverton Rocha, do PDT, e outra para o deputado André Fufuca, do PP, no desenho desejado pelos parlamentares.
Seria uma forma de atender mais partidos e pacificar a relação com os parlamentares desses estados, segundo deputados.
Hoje, há 12 superintendências da Codevasf. Já foi aprovada a criação de duas novas, na Paraíba e no Ceará. O governo ainda precisa oficializar os cargos, e o plano, até o momento, era de criar apenas o da Paraíba.
O governo avalia a viabilidade da demanda, mas ainda não garantiu aos parlamentares que ela será atendida. Procurado, o ministério da Secretaria das Relações Institucionais (SRI), que faz a articulação política do governo, não comentou.