Como a esquerda enxerga a entrada de Ciro Gomes na eleição de SP
O presidente do PDT, Carlos Lupi, anunciou que a sigla lançará candidatos em São Paulo para disputar o governo e a vaga ao Senado
atualizado
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A iniciativa do PDT de lançar candidatos em São Paulo ao governo estadual e ao Senado foi interpretada pelos outros partidos de esquerda como uma tentativa do presidente pedetista, Carlos Lupi, de afastar qualquer boato sobre uma possível desistência de Ciro Gomes da corrida presidencial.
Parlamentares que tentarão a reeleição têm pressionado o partido para abrir mão da candidatura de Ciro, já que o pedetista está estagnado nas pesquisas de intenção de voto. O temor é de que um fracasso prejudique a eleição da bancada de deputados em outubro.
O PDT tem negociações com o PSol para apoiar Guilherme Boulos na disputa pelo governo de São Paulo. O entorno de Boulos foi pego de surpresa com a declaração de Lupi sobre lançar candidatura própria. A fala foi publicada pela coluna nesta quinta-feira (17/2).
A direção do PSol afirma que a negociação com o PDT transcorre normalmente e que a declaração não afetará em nada a relação entre os partidos.
Assim como o PT e o PSB, que pretendem ter candidatos no estado, a sigla acredita que Lupi quer enviar um sinal para dentro do PDT e mostrar que Ciro terá palanques em São Paulo porque a candidatura continua de pé.
Outra explicação cogitada pela esquerda é de que Lupi quer tranquilizar pedetistas insatisfeitos com a aproximação do partido com Boulos, que irá apoiar Lula na eleição presidencial.
O PDT não está entre as principais forças de São Paulo e não conta com nenhum deputado federal no estado. Tábata Amaral teve uma votação expressiva e se elegeu pelo PDT em 2018, mas deixou o partido e hoje está no PSB.