A Comissão de Ética da Presidência arquivou um processo contra Marcelo Álvaro Antônio, ex-ministro do Turismo e deputado federal, por ameaça contra a deputada Alê Silva, do PSL de Minas Gerais. O colegiado do Planalto demorou dois anos e meio para analisar o caso, que foi encerrado no mês passado.

Em abril de 2019, a deputada Alê Silva afirmou à PF que foi ameaçada de morte pelo então ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, como mostraram os repórteres Ranier Bragon e Camila Mattoso. Naquele mês, a deputada disse, aos prantos, à coluna que temia sofrer um “acidente provocado” pelo então ministro, suspeito de comandar um esquema de candidaturas laranjas nas eleições de 2018. Alê Silva e o ex-ministro são bolsonaristas ferrenhos.

A representação à Comissão de Ética da Presidência foi feita pelo deputado Ivan Valente, do PSOL de São Paulo. O caso também tramita na Justiça, a pedido da deputada Alê Silva.

Marcelo Alvaro foi ministro de Bolsonaro por um ano. Foi demitido dois meses depois de ter sido denunciado pelo MP de Minas Gerais por envolvimento em um esquema de candidaturas de fachada.

Se o colegiado punisse o ex-ministro com sua pena mais severa, Marcelo Álvaro ganharia uma mancha no currículo, mas não ficaria impedido de assumir outros cargos de confiança no futuro. Contudo, uma condenação na seara ética poderia ser enviada para o Ministério Público prosseguir a análise no campo criminal.

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