Pressão de bolsonaristas segura indicação de Lula à Defensoria Pública
Oposição se organizou para tentar barrar indicado do governo Lula à Defensoria Pública da União (DPU)
atualizado
Compartilhar notícia
A pressão de senadores bolsonaristas e conservadores tem atrasado a aprovação do nome de Igor Roque, indicado pelo governo para defensor público-geral federal da Defensoria Pública da União (DPU).
A indicação foi encaminhada pelo governo Lula em 29 de maio e já passou pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.
A DPU atende cidadãos que não têm condições financeiras para pagar um advogado em causas relacionadas à União, como pedidos de auxílio-doença, aposentadoria e outros benefícios previdenciários ou de assistência social.
Antes de colocar o tema para votação em plenário, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, está esperando que o governo consiga articular para garantir o mínimo de 41 votos necessários, que hoje não tem.
A articulação contra a indicação de Roque vem principalmente de senadores bolsonaristas, como Eduardo Girão, do NOVO no Ceará, e Rogério Marinho, do PL no Rio Grande do Norte.
“A DPU está sem defensor geral desde janeiro, o que prejudica o desempenho das nossas atribuições”, disse Roque à coluna.
O líder do governo, Jaques Wagner, chegou a tentar uma alteração das regras do Senado para passar o nome sem maioria simples, mas a ideia foi mal recebida por esvaziar o poder de barganha de senadores.
Senadores de direita têm dito que Roque defende pautas como descriminalização das drogas e o aborto, o que ele nega. “Já disse a diversos senadores que não trabalho essas pautas, que sou contra o aborto, pessoalmente, e que isso não está no escopo da DPU.”
Roque atuou na defesa de Danilo Marques, um dos hackers presos na Operação Spoofing, sobre as mensagens da “Vaza Jato”.