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Coluna revelou em outubro de 2020 reunião citada por PF em operação

Reunião de Bolsonaro baseou operação da PF nesta 5ª feira; coluna mostrou que Abin orientou defesa de Flávio Bolsonaro com relatórios

atualizado

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Alexandre Ramagem e Jair Bolsonaro
Abin Ramagem
1 de 1 Abin Ramagem - Foto: Alexandre Ramagem e Jair Bolsonaro

A Polícia Federal (PF) relatou ao STF ter encontrado um áudio de uma reunião em que Jair Bolsonaro, o ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem, e o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno trataram de um plano para derrubar a investigação das rachadinhas contra o senador Flávio Bolsonaro. A reunião, em 25 de agosto de 2020, foi revelada por uma reportagem da coluna em outubro daquele ano.

O áudio encontrado pela PF baseou a operação deflagrada nesta quinta-feira (11/7) contra suspeitos de produção de notícias falsas e monitoramento ilegal de autoridades, servidores públicos e jornalistas considerados pelo governo Bolsonaro como opositores. A quarta fase da Operação Última Milha prendeu um militar do Exército, um agente da PF, um ex-assessor da Secretaria de Comunicação da Presidência e um empresário.

A PF afirmou na investigação que analisou um áudio apreendido em um aparelho de Ramagem, ex-diretor da Abin no governo Bolsonaro. A gravação tem uma hora e oito minutos e foi feita em 25 de agosto de 2020.

“O então presidente Jair Bolsonaro, o GSI general Heleno e possivelmente advogada do senador Flávio Bolsonaro tratam sobre as supostas irregularidades cometidas pelos auditores da receita federal na confecção do Relatório de Inteligência Fiscal que deu causa à investigação”, disse a PF, em referência à investigação contra Flávio Bolsonaro pelo crime de peculato, ou rachadinha.

Segundo a PF, no áudio foi possível identificar a atuação de Ramagem indicando “que seria necessário a instauração de procedimento administrativo contra os auditores da receita (Escor07) com o objetivo de anular a investigação, bem como retirar alguns auditores de seus respectivos cargos”.

Em outubro de 2020, a coluna mostrou que em 25 de agosto daquele ano Jair Bolsonaro recebeu no gabinete presidencial Ramagem, Heleno e as advogadas Luciana Pires e Juliana Bierrenbach, da defesa de Flávio Bolsonaro. Ramagem e Heleno saíram do encontro com a missão de conseguir um documento que comprovasse que Flávio havia sido vítima de uma devassa ilegal por integrantes da Inteligência da Receita, o que levaria à anulação do processo judicial.

Além da reunião, a coluna revelou que a Abin produziu pelo menos dois relatórios para orientar a defesa de Flávio Bolsonaro em 2020. Nos dois documentos, cuja autenticidade e procedência foram confirmadas pela defesa do senador, a Abin detalha o funcionamento da suposta organização criminosa em atuação na Receita Federal, que, segundo suspeita dos advogados de Flávio, teria feito um escrutínio ilegal em seus dados fiscais para fornecer o relatório que gerou o inquérito das rachadinhas.

Em um campo intitulado “Finalidade”, um dos documentos da Abin citou: “Defender FB no caso Alerj demonstrando a nulidade processual resultante de acessos imotivados aos dados fiscais de FB”. Os dois documentos foram enviados por WhatsApp para Flávio e por ele repassados para sua advogada Luciana Pires.

Também em 2020, a advogada Luciana Pires, defensora de Flávio Bolsonaro, disse em entrevista à coluna que Alexandre Ramagem foi quem lhe encaminhou os relatórios com orientações para a defesa de Flávio Bolsonaro. Pires disse na ocasião que não seguiu as recomendações de Ramagem. “Não fiz nada. Não vou fazer nada do que ele está sugerindo. Vou fazer o quê? Não está no meu escopo. Tem coisa que eu não tenho controle”. Ramagem e Heleno jamais comentaram as declarações da advogada.

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