Coletivos cobram OAB por convite a influenciadora que foi machista
Cíntia Chagas disse em um podcast que a mulher precisa “se submeter” aos homens e “se colocar no papel dela”
atualizado
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Uma série de coletivos e entidades ligadas ao tema de defesa das mulheres publicou uma nota pública cobrando um posicionamento da OAB Federal sobre o convite feito à influenciadora Cíntia Chagas para a Conferência Nacional da Mulher Advogada. Assinam a nota a Coalizão Nacional de Mulheres e o Coletivo Advogadas do Brasil, entre outros.
Chagas disse em um podcast que a mulher precisa “se submeter” aos homens e “se colocar no papel dela”. Disse a influenciadora:
“A mulher precisa se submeter ao homem e quando digo se submeter eu me refiro a ação de deixar o homem ser homem, a ação de não castrar o homem e a ação de ser sim em vários momentos submissa, porque uma relação só se torna longínqua e feliz quando a mulher assume o papel dela e o homem assume o papel dele. Por exemplo, você que é casada, o jantar só pode ser servido depois que o seu marido […], depois que o seu marido chegar. O horário da casa deve girar em torno dele, não da sua vida, ainda que você ganhe mais do que ele, você sempre será mais submissa. Há situações em que você deverá pedir sim permissão a ele e ele por sua vez será mais doce, mais cordial com você”.
No documento, a Coalizão Nacional de Mulheres, que é composto, em sua maioria, por advogadas, as mulheres falam que é incompatível com o dever institucional da OAB dar espaço na Conferência Nacional da Mulher Advogada para uma pessoa que “se coloca de maneira avessa a princípios constitucionais”.
A Conferência Nacional da Mulher Advogada é um evento que tem como objetivo promover o diálogo entre mulheres da área. Chagas foi convidada para palestrar no evento.