Coalizão de Mulheres sai em defesa de advogada que tenta vaga no STJ
Entidade que defende os direitos das mulheres afirma que adversários apelam à misoginia para desabonar a advogada Daniela Teixeira
atualizado
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Uma carta divulgada pela Coalizão Nacional de Mulheres aponta que a advogada brasiliense Daniela Teixeira, que está na lista sêxtupla da OAB para a vaga do Superior Tribunal de Justiça (STJ) destinada a advogados, é alvo de misoginia por parte de seus adversários.
A entidade diz que aos homens é permitida a prática do lobby, enquanto mulheres incomodam ao se movimentarem por uma indicação como essa.
A carta foi divulgada após adversários de Daniela usarem adjetivos como “incômoda”, “agressiva” e “briguenta” para se referir à advogada, em reportagem publicada pelo jornalista Rafael Moraes Moura.
“Todo advogado (e toda advogada) que circula nos altos escalões de Brasília tem relações com integrantes dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. Mas, no caso de Daniela, isso soa ofensivo ou, como dizem os seus detratores, ‘agressivo'”, afirma a carta da Coalizão.
“Deixamos aqui registrado nosso apoio à Daniela”, diz a entidade. “Aprendam a lidar com o fato de que, cada vez mais, ocuparemos lugares que até então poucas de nós conseguimos chegar. A paridade de gênero nos espaços de Poder é necessária para a real concretização de nossa democracia. Estamos lutando para que isso aconteça e, apesar do machismo, chegaremos lá.”
Daniela foi a candidata mais votada da lista sêxtupla da OAB para ocupar uma vaga no STJ. A escolha de quem ficará na lista tríplice que será submetida a Lula é dos ministros do tribunal. Hoje, o STJ conta com seis mulheres entre os 30 integrantes.