Coaf diz que integrante de produtora bolsonarista alvo da CPI teve auxílio emergencial; ele nega
Órgão diz que Tiago Menna recebeu R$ 4,2 mil com o benefício
atualizado
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O empresário Tiago Menna Barreto Silveira, integrante da produtora bolsonarista Brasil Paralelo, recebeu R$ 4,2 mil em auxílio emergencial, pagos “aparentemente de forma irregular no ano de 2020”, segundo relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). O documento foi enviado à CPI da Covid-19 e obtido pela coluna. Menna nega que tenha recebido o auxílio.
A produtora é acusada pela CPI de disseminar fake news sobre a pandemia. Entre 2 de janeiro de 2018 e 6 de agosto de 2021, a Brasil Paralelo enviou R$ 166 mil para as contas de Menna, que usou os recursos para pagar boletos destinados à empresa Nova Carlos Gomes Empreendimentos Imobiliários SPE.
Durante o período analisado, o Brasil Paralelo movimentou R$ 3,4 milhões. No relatório, o Coaf informa que não se pode “desconsiderar os saques realizados em espécie, dificultando a identificação do real destino dos recursos” da produtora. Foram retirados R$ 19,6 mil em dinheiro vivo durante o período analisado.
Menna recebeu R$ 4,2 mil de auxílio emergencial de abril a dezembro de 2020.Uma das exigências para obter a ajuda do governo federal na pandemia é ter uma renda familiar mensal de até R$ 3,3 mil.
À coluna, Tiago Menna Silveira afirmou que foi sócio da Brasil Paralelo até 2018, quando vendeu suas quotas e saiu da empresa. Disse que todos os valores que recebeu da empresa desde então são privados e relacionados exclusivamente à compra e venda das quotas. Também negou ter recebido auxílio emergencial e manifestou “profunda irresignação e inconformidade com o fato de supostas informações bancárias” sigilosas e confidenciais estarem sendo “objeto de perseguição política”.