CNJ nega punir juíza que citou raça de homem negro em condenação
CNJ levou três anos para julgar caso; juíza Inês Zarpelon, do Paraná, citou três vezes a raça de um homem negro ao condená-lo
atualizado
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O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) rejeitou, nesta terça-feira (8/8), um pedido de punição contra a juíza Inês Zarpelon, que citou a raça de um homem negro em sua sentença de condenação por organização criminosa no Paraná. O caso tramita no CNJ há três anos.
Os conselheiros analisaram uma decisão da corregedoria do próprio Tribunal de Justiça paranaense que arquivou a apuração disciplinar contra a magistrada. O corregedor Luis Felipe Salomão, relator do caso no CNJ, votou pelo arquivamento do caso.
Dos dez conselheiros presentes na audiência, apenas Mário Maia e Marcos Vinícius Jardim Rodrigues votaram a favor da tomada de providências contra Zarpelon.
Em agosto de 2020, a juíza mencionou três vezes a raça de um réu negro em sua decisão pela condenação, ao concluir que ele “seguramente” integrava o grupo criminoso. O documento também apontou que o apelido do investigado era “Neguinho”. A magistrada da 1ª Vara Criminal de Curitiba escreveu o seguinte:
“Seguramente integrante do grupo criminoso, em razão da sua raça, agia de forma extremamente discreta os delitos [sic] e o seu comportamento, juntamente com os demais, causavam o desassossego e a desesperança da população, pelo que deve ser valorada negativamente [sic]”.
Depois que o caso veio a público, a juíza alegou que a frase foi “retirada de um contexto maior”, e pediu “sinceras desculpas”.