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Cinemateca vai captar R$ 13 milhões via Rouanet para proteger filmes

A Sociedade Amigos da Cinemateca, que assumiu a gestão da instituição, está em busca de apoio para proteger 3.000 rolos produzidos até 1950

atualizado

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Cinemateca
1 de 1 Cinemateca - Foto: Divulgação

A Sociedade Amigos da Cinemateca (SAC) recebeu autorização do governo federal para captar R$ 13,1 milhões para conservar e catalogar 3.000 rolos que pertencem à coleção em nitrato de celulose da Cinemateca. Quando combinados, os rolos configuram 1.800 materiais fílmicos e representam 1,2% do total do acervo da instituição.

A captação de recursos será feita por meio da Lei Rouanet. O Instituto Cultural Vale tem a intenção de patrocinar o projeto, segundo uma carta anexada pela SAC na solicitação enviada ao governo.

Segundo a gestora, “a falta de atualização nos equipamentos (da Cinemateca), pendente desde 2013, gerou um passivo de manutenção, que agora precisa ser sanado por meio de aquisições de equipamentos, reparos, e de reposição de peças.”

A SAC cita o incêndio de 2016 como uma das consequências provocadas pela “ausência de investimento na capacidade técnica e operacional da Cinemateca e imprevisibilidade orçamentária para as atividades técnicas”. O incêndio levou à queima de 1.003 rolos, sendo a maioria de cinejornais produzidos entre as décadas de 1930 e 1950. Só 60% do material perdido contava com cópias.

Os filmes em nitrato de celulose foram fabricados até 1950 e liberam gases que aceleram o processo de degradação caso os rolos sejam mantidos fechados em estojos de armazenamento. A SAC diz que a proteção dos rolos depende de revisões periódicas e da climatização permanente do local onde o material está guardado.

O processo de cópia dos filmes para outras plataformas nunca foi concluído. Com a verba captada, a SAC quer salvar o material fílmico, com inspeções, diagnósticos, procedimentos laboratoriais e duplicações, e catalogar a coleção.

A SAC assumiu a gestão da Cinemateca em outubro de 2021, dois meses após um incêndio atingir um dos galpões da instituição. Até 2019, a Cinemateca era administrada pela Fundação Roquette Pinto, mas o contrato foi rescindido unilateralmente pelo governo federal em 2020.

A instituição estava fechada desde março de 2020 devido à falta de repasses financeiros e de pagamentos dos funcionários. No fim de 2021, a SAC recontratou técnicos que o governo federal tinha demitido e retomou atividades parciais, como as vistorias no acervo.

O governo de São Paulo encaminhou à Secretaria da Cultura, em agosto do ano passado, um pedido para assumir a administração da Cinemateca, mas o secretário Mario Frias rejeitou a solicitação em dezembro. A SAC fará a gestão da instituição pelos próximos cinco anos.

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metropoles.comGuilherme Amado

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