Chico Bosco, Susan Neiman, a esquerda e o wokeísmo
Susan Neiman, autora de “A esquerda não é woke”, conversará sobre o tema com o ensaísta Francisco Bosco
atualizado
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Autora do livro “A esquerda não é woke”, em que trata da confusão entre ideais de esquerda e movimento identitário e sobre como o wokeísmo se desvia, mesmo que involuntariamente, para traços da direita, a filósofa americana Susan Neiman vai discutir o tema da obra em uma conversa com o ensaísta Francisco Bosco, no Rio de Janeiro, na próxima quinta-feira (28/3).
O “wokeísmo”, originado nos Estados Unidos, é o termo usado para se referir a uma cultura com predominância de discursos e retórica centrados em questões de identidade, raça e gênero.
Em entrevista publicada pela Folha de S. Paulo no sábado (23/3), sobre seu livro, Neiman defendeu que as pessoas estão “terrivelmente confusas sobre o que significa ser de esquerda”. Ela classificou o movimento “woke” como um “conceito completamente incoerente”, por depender de ideais de esquerda ao mesmo tempo em que os mina por “ideias filosóficas muito reacionárias”.
“A esquerda não é ‘woke’, e os ‘woke’ não são de esquerda. Os ‘woke’ pensam que são de esquerda, mas não são. A esquerda pode pensar que precisa ser ‘woke’, mas isso é um erro, pois envolve abandonar princípios cruciais que precisa manter”, disse Neiman.
Em artigo publicado também na Folha, Bosco analisou que o livro da filósofa, lançado no Brasil pela editora Âyiné, “cai como uma luva” no debate brasileiro por “desativar a vista grossa da esquerda para comportamentos identitários politicamente degradantes”.
O encontro de Susan Neiman e Francisco Bosco, em que eles conversarão em inglês, será na Livraria da Travessa do Leblon, às 19h.