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Chefe da Pesca na transição rebate senadora e defende novo ministério

Altemir Gregolin foi ministro da Pesca de Lula; “Respeito opinião da Kátia Abreu, mas não é o que setor quer. Orçamento é insignificante”

atualizado

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Altemir Gregolin
1 de 1 Altemir Gregolin - Foto: Divulgação/James Silva

O coordenador do grupo técnico da Pesca na transição, o ex-ministro Altemir Gregolin, defendeu nesta terça-feira (29/11) a recriação do Ministério da Pesca e rebateu as declarações da senadora Kátia Abreu, integrante do grupo temático de Agricultura contrária à nova pasta.

“Respeito a opinião da Kátia Abreu, mas não é o que o setor quer. Existe uma disputa entre cadeias de produção. A cadeia do boi, por exemplo, se preocupa com a ascensão do pescado, não quer perder espaço. A Pesca permanecer no Ministério da Agricultura significa disputar orçamento e prioridade com cadeias poderosas. A consequência disso é o orçamento atual, que é insignificante”, afirmou Gregolin.

Nesta terça-feira (29/11), a senadora Kátia Abreu, que já chefiou a Agricultura, voltou a afirmar que o grupo técnico da área recomendará que a Pesca permaneça no órgão. O colegiado da Pesca, por outro lado, pedirá a recriação do órgão.

Gregolin, que foi ministro da Pesca de Lula de 2006 a 2010, afirmou que o orçamento atual da Secretaria de Pesca, lotada atualmente na Agricultura, é de apenas R$ 19 milhões ao ano.

“O grande problema é a falta de recursos e estrutura. O orçamento de R$ 19 milhões da Pesca é insuficiente inclusive para manter serviços básicos, como emissão de licenças. Em 2015, quando foi extinto, o Ministério da Pesca tinha um orçamento de R$ 300 milhões”, acrescentou Gregolin.

O ex-ministro defendeu também que um eventual Ministério da Pesca ajudaria no combate à fome, meta prioritária de Lula, ao incentivar a produção para o mercado interno a preços menores. Ele afirmou que o país tem pelo menos 1,3 milhão de pescadores e a maior reserva de água doce do mundo.

Em setembro, no último mês de campanha, Lula prometeu recriar o Ministério da Pesca, mas o futuro governo ainda não fechou o desenho da próxima Esplanada.

“Quero dizer aos pescadores que nós vamos recriar o Ministério da Pesca, porque é uma vergonha um país que tem oito mil quilômetros de costa marítima, que tem 12% de água doce do mundo, a pesca estar ligada ao Ministério da Agricultura”, disse o então candidato ao Planalto.

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