Chacina de Vigário Geral será tema de livro
Chacina de Vigário Geral completou 30 anos e foi um dos principais episódios de violência policial na história do Rio de Janeiro
atualizado
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Chega às livrarias em 27 de maio “Massacre em Vigário Geral”, livro-reportagem que resgata a história de uma das maiores chacinas que aconteceram no Rio de Janeiro. O lançamento é da editora Record.
Em agosto de 1993, a Polícia Militar executou 21 pessoas inocentes na favela da Zona Norte carioca. Escrita pelos jornalistas Elenilce Bottari, Elba Boechat e Chico Otávio, a obra reconstitui os fatos da madrugada de 29 para 30 de agosto, e também o que aconteceu nos dias subsequentes, com a repercussão internacional e a apresentação da denúncia, que foi feita às pressas e foi considerada frágil.
O livro se debruça sobre documentos, processos judiciais e perícias, além de depoimentos. Dois deles são inéditos, como o da sobrevivente Núbia Silva dos Santos, que tinha 9 anos à época. Ela perdeu nove pessoas da família na chacina, mesma quantidade de filhos que tem hoje.
“Meus filhos vieram para preencher esse vazio que ficou”, disse aos autores.
Também há o relato do ex-PM José Fernandes Neto, apontado como responsável por convencer os demais PMs a não matarem crianças. Ele foi preso pela chacina, conseguiu progressão de pena e hoje trabalha como taxista.
“Nós matamos a família deles”, relatou o ex-policial.
A obra faz também uma análise da corrupção e da violência policial. A apuração dos autores revela que, 30 anos após o crime, a trajetória de alguns dos envolvidos fortaleceu milicianos do Rio de Janeiro.