CGU apura R$ 251 milhões em repasses de programa de redução de salário
Auditoria da CGU alertou o governo Bolsonaro que mortos e servidores públicos receberam recursos do programa de redução de jornada e salário
atualizado
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A Controladoria-Geral da União (CGU) alertou o governo Bolsonaro pelo pagamento suspeito de R$ 251,3 milhões do Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda (BEm). A auditoria, publicada na última quinta-feira (30/12), identificou que mortos e servidores públicos receberam recursos do programa de redução de jornada e salário.
O relatório rastreou R$ 227,7 milhões nas seguintes “situações de risco”: R$ 174,8 milhões pagos a pessoas sem CPFs regulares; R$ 51,6 milhões repassados a beneficiários do auxílio emergencial; e R$ 2 milhões transferidos a supostos empregados de empresas inativas na Receita Federal.
Segundo os auditores, essas situações não estão regulamentadas, mas “podem resultar em pagamentos em desacordo com os objetivos do programa”.
Os técnicos mostraram ainda que o governo federal repassou R$ 23,6 milhões de verba pública com possíveis irregularidades. Entre as inconsistências estão R$ 4 milhões para ocupantes de cargos públicos e R$ 1,2 milhão para pessoas com indicativo de morte.
Outros R$ 9,2 milhões foram destinados a beneficiários sem contrato no momento do acordo, o que contraria a razão básica do programa: compensar trabalhadores da iniciativa privada que tiveram o salário reduzido por causa da pandemia.