CCJ da Câmara vai debater limite constitucional das Forças Armadas
Em meio a revelações de que militares participaram de conversas sobre golpe, CCJ da Câmara marca debate sobre limite da atuação das Forças
atualizado
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Em meio à revelação de que militares da ativa discutiram planos para dar um golpe de Estado, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados vai debater o limite constitucional da atuação das Forças Armadas.
O presidente da CCJ, Rui Falcão, do PT de São Paulo — que tenta, sem sucesso, articular uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para acabar com a possibilidade de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) prevista no artigo 142 da Constituição Federal — marcou um seminário sobre o tema para o dia 5 de julho.
Estão convidados Sérgio Etchegoyen, ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no governo Michel Temer, Raul Jungmann, ministro da Defesa de Temer, Felipe Santa Cruz, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), entre outros.
Militares da ativa conversaram com o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, sobre a possibilidade de um golpe de Estado para impedir que Lula assumisse a Presidência. As mensagens foram obtidas pela Polícia Federal (PF) com a busca e apreensão do celular de Cid e quebra de sigilo telemático.
Cid procurou embasamento para a possibilidade de intervenção das Forças Armadas na Constituição. Durante a gestão Bolsonaro, extremistas sustentavam erroneamente que seria possível usar o artigo 142, que prevê uma atuação excepcional das Forças sob convocação de um dos Poderes, para fechar o Congresso ou o Supremo Tribunal Federal.
A possibilidade é rechaçada por constitucionalistas. Uma ala do PT defende, porém, que seja feito um ajuste de redação na Constituição para acabar com a possibilidade de GLO ou ao menos deixar claro que a “garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem” das Forças não constitui nenhum tipo de Poder Moderador, como sustentam golpistas.