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Castro gastou R$ 359 mil em postos de gasolina de preso por organização criminosa

Fernando Trabach, denunciado pelo MPRJ por organização criminosa, é amigo de Rodrigo Bacellar e teve o ex-secretário como advogado

atualizado

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O governador Cláudio Castro, reeleito no Rio de Janeiro, gastou R$ 359.100 em postos de gasolina de propriedade do empresário Fernando Trabach, preso em 2017 por liderar, segundo o Ministério Público do estado, uma organização criminosa. Trabach é amigo do ex-secretário de Governo de Castro, o deputado Rodrigo Bacellar, por quem foi defendido quando estava preso.

A Operação Caça-Fantasmas, deflagrada pelo MP do Rio em junho de 2017, denunciou Trabach e outras onze pessoas pelo crime de organização criminosa, falsidade ideológica e sonegação fiscal. Trabach é apontado pelo órgão como o líder da quadrilha.

O empresário foi solto poucos dias depois por firmar um acordo de delação premiada com o MP do Rio. Alguns meses após sua soltura, contudo, Trabach foi alvo de outra operação do órgão e foi preso novamente.

Segundo a prestação de contas de Castro, divulgada no Tribunal Superior Eleitoral, no dia 15 de agosto de 2022, a campanha gastou R$ 478 mil reais com combustível em 12 postos de gasolina. Desses, nove são de Trabach.

O valor que foi gasto é o suficiente para comprar mais de 85 mil litros de gasolina de acordo com a média de preço do combustível em agosto.

 

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Apesar de ter nascido no estado paulista, Castro mudou-se com a família para o Rio de Janeiro, onde cresceu. Católico fervoroso, com o tempo se tornou membro da Renovação Carismática Católica e, inclusive, foi coordenador arquidiocesano do Ministério de Fé e Política da Arquidiocese do Rio de Janeiro
Em 2005, tempos após se formar no ensino médio, ingressou na faculdade de direito e, mais tarde, tornou-se advogado. Entretanto, antes mesmo de se matricular no ensino superior, Cláudio Castro já havia começado sua carreira política como chefe de gabinete do político Márcio Pacheco, à época vereador
Em 2012, tentou, pela primeira vez, uma vaga no Legislativo estadual pelo partido, mas não conseguiu se eleger. Quatro anos depois, concorreu novamente às eleições e foi eleito, com 10.262 votos, vereador pelo Rio de Janeiro
Em 2018, foi confirmado pelo Partido Social Cristão (PSC) como vice-governador do Rio de Janeiro na chapa de Wilson Witzel, eleita, em segundo turno, com 59,87% - 4.675.355
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Cláudio Bomfim de Castro e Silva, nascido em 1979, é um advogado e político brasileiro filiado ao Partido Liberal (PL). Natural de Santos, em São Paulo, se tornou nacionalmente conhecido por assumir o comando do estado do Rio de Janeiro após o impeachment do então governador Wilson Witzel

ALINE MASSUCA/ Metrópoles
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Apesar de ter nascido no estado paulista, Castro mudou-se com a família para o Rio de Janeiro, onde cresceu. Católico fervoroso, com o tempo se tornou membro da Renovação Carismática Católica e, inclusive, foi coordenador arquidiocesano do Ministério de Fé e Política da Arquidiocese do Rio de Janeiro

Governo RJ
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Em 2005, tempos após se formar no ensino médio, ingressou na faculdade de direito e, mais tarde, tornou-se advogado. Entretanto, antes mesmo de se matricular no ensino superior, Cláudio Castro já havia começado sua carreira política como chefe de gabinete do político Márcio Pacheco, à época vereador

Aline Massuca/ Metrópoles
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Em 2012, tentou, pela primeira vez, uma vaga no Legislativo estadual pelo partido, mas não conseguiu se eleger. Quatro anos depois, concorreu novamente às eleições e foi eleito, com 10.262 votos, vereador pelo Rio de Janeiro

Aline Massuca/ Metrópoles
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Em 2018, foi confirmado pelo Partido Social Cristão (PSC) como vice-governador do Rio de Janeiro na chapa de Wilson Witzel, eleita, em segundo turno, com 59,87% - 4.675.355

Agência Brasil
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Em 2021, após Witzel sofrer impeachment por corrupção, Cláudio Castro assumiu, definitivamente, o governo do Rio de Janeiro

Fernando Frazão/Agência Brasil
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Cláudio Castro não enviou representante à oficialização do Cosud

Luis Alvarenga/Divulgação
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Polícia Civil criticou manobra de Castro para nomear diretor do Detran-RJ

Metrópoles/ Aline Massuca
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Em março de 2021, no entanto, um ex-funcionário da empresa Servlog delatou ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) que Cláudio Castro recebeu propina de um empresário investigado por corrupção enquanto ainda era vice-governador

Reprodução/Instagram
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Após a delação, Castro se manifestou afirmando que processou o tal ex-funcionário e entrou com recurso no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) pedindo a anulação do acordo feito pelo trabalhador. Em julho de 2022, o pedido foi enviado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ)

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Também em 2021, a gestão do governador do Rio de Janeiro passou a ser investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) por suspeita de fraude na compra de cestas básicas durante a pandemia. À época, o Tribunal de Contas da União (TCU) apontou que o prejuízo aos cofres públicos poderia chegar a R$ 3,4 milhões. Por isso, impôs prazo de 20 dias para o governador se explicar, mas não obteve retorno

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O político, na verdade, só pode ser investigado na esfera criminal pelo Ministério Público Federal (MPF), por ter foro privilegiado

Reprodução
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Polícia Civil criticou manobra de Castro para nomear diretor do Detran-RJ

Igo Estrela/Metrópoles
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Recentemente, a série de reportagens do jornalista Ruben Berta revelou que o Executivo fluminense estaria empregando 9 mil pessoas em cargos secretos no programa social Casa do Trabalhador, que vem sendo usado como ativo eleitoral de Castro. O governador até agora não se pronunciou sobre o caso, repetindo a postura de silêncio que costuma adotar sobre denúncias acerca de seu governo

Foto: Carlos Magno/Governo do Rio de Janeiro
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Agora, Cláudio Castro tentará reeleição em outubro de 2022

Aline Massuca/ Metrópoles

 

Procurado pela coluna, a campanha do governador disse que a escolha dos postos de gasolina leva em consideração “a logística planejada para o deslocamento das equipes de mobilização” e não se posicionou sobre a relação do principal secretário de Castro com o dono dos postos de combustível.

A campanha informou também, sem datalhar os estabelecimentos, que o valor gasto com combustível foi R$ 307 mil e que o valor apresentado ao TSE eram projeções empenhadas por contratos, que já foram rescindidos.

À coluna, Fernando Trabach informou que seus postos de gasolina foram escolhidos para fornecer combustível para a campanha do governador reeleito. Contudo, segundo o empresário, o abastecimento ocorreu durante 45 dias e não apenas em um, conforme informado pela prestação de contas de Castro ao TSE.

“Comercializamos combustível para a campanha do candidato Cláudio Castro, assim como fazemos diariamente para diversos outros clientes, sendo observadas todas as legislações vigentes, inclusive eleitoral”, disse Trabach.

O deputado Rodrigo Bacellar disse em nota à coluna que “as questões jurídicas envolvendo a atividade empresarial de Trabach estão sendo tratadas por outra banca de advogados”.

“Fui advogado de Fernando Trabach, tendo desenvolvido relação de amizade com ele. Quanto às contratações para fornecimento de bens e serviços para campanha eleitoral, é importante frisar serem as mesmas objeto de controle pela justiça eleitoral, que registra e divulga todos os documentos inerentes às prestações de contas”, afirmou Bacellar.

(Atualização às 11h30 de 5 de outubro de 2022: Em nota, a coligação de Claudio Castro afirmou: “A Coligação Rio Unido e Mais Forte esclarece que a despesa total com combustíveis, de todos os veículos utilizados na campanha do governador eleito Cláudio Castro, foi de R$ 307 mil. O valor de R$ 478 mil se refere a estimativas de gastos, cujos contratos foram readequados. Vale ressaltar ainda que os valores serão apresentados na prestação de contas final da campanha.”)

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