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Cardeal cita “instabilidade” e cria conselho junto a reitor da PUC-Rio

Cardeal Dom Orani Tempesta assinou criação de grupo com cinco conselheiros do reitor da PUC-Rio na quarta-feira (12/3)

atualizado

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Divulgação PUC-Rio
Fachada da PUC-Rio
1 de 1 Fachada da PUC-Rio - Foto: Divulgação PUC-Rio

O cardeal católico e arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta, nomeou na quarta-feira (12/3) um conselho com cinco integrantes para atuar em conjunto com o reitor da PUC-Rio, o padre Anderson Pedroso.

Em despacho a que a coluna teve acesso, Dom Orani cita “mudanças” pelas quais a PUC-Rio tem passado e “sinais de instabilidade” na universidade, sem especificar quais.

Os cinco membros do conselho criado por ele, com duração inicial de um ano, são o presidente e quatro diretores das Faculdades Católicas, mantenedora da PUC-Rio: padre Luís Correa Lima, Dom Antônio Luiz Catelan Ferreira, padre Ricardo Torri de Araújo, padre Waldecir Gonzaga e Carlos Alberto Serpa de Oliveira.

Segundo o documento assinado por Dom Orani Tempesta, o conselho foi criado em “comum acordo” com o provincial dos jesuítas no Brasil, padre Mieczyslaw Smyda, e atende ao parecer de uma comissão, cuja abertura havia sido solicitada pelo próprio arcebispo do Rio para “realizar uma oitiva na universidade”.

Dom Orani pediu que os conselheiros “atuem ativamente junto ao reitor”, em reuniões mensais, cujas conclusões deverão ser registradas em ata, enviadas a ele e ao provincial dos jesuítas.

Eles deverão colaborar com Pedroso “no discernimento das decisões a serem tomadas por quem de competência, dentro da governança própria da Universidade e de seu modus operandi, de acordo com o Estatuto vigente, nos âmbitos pedagógico, administrativo-financeiro e de gestão”.

Nas palavras de Dom Orani, o conselho vai “contribuir, entre outros fatores, para aprimorar a gestão do atual reitor”. A atuação dos conselheiros do reitor, conforme o despacho de Dom Orani, não vai substituir “instâncias de apoio à reitoria, nem deverá estar em desacordo com elas”.

“Especialmente, é meu desejo que os Conselheiros auxiliem de perto o Reitor a avançar na prática sinodal em sua gestão, garantindo ampla escuta e envolvimento da comunidade acadêmica”, escreveu Dom Orani, referindo-se à prática religiosa de participação e escuta. “Confio que o reitor saberá acolher as contribuições que os conselheiros vierem a lhe oferecer”, afirmou o arcebispo.

Procurado pela coluna, o reitor da PUC-Rio, padre Anderson Pedroso, classificou a criação do conselho como “absolutamente normal em qualquer universidade, um sinal de apoio do arcebispo”. “São conselheiros que eu ganhei para continuar a gestão”, afirmou.

Leia abaixo a íntegra do despacho de Dom Orani:

(Atualização às 12h30 do dia 18 de março de 2024: Em nota à coluna a PUC-Rio afirmou que a tarefa de qualquer conselho dentro da universidade é colaborar com a reitoria, auxiliando-a em sua gestão, e que a reitoria e seus colaboradores vêm mantendo “notável estabilidade econômica”. Leia a íntegra da nota abaixo.

“Por meio da Assessoria de Comunicação da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, o Grão-Chanceler deseja esclarecer que a carta dirigida aos membros da mantenedora da PUC-Rio e recentemente nomeados conselheiros do reitor, foi tornada pública, desviando sua finalidade original e abrindo espaço para interpretações divergentes e equivocadas. O conteúdo se dirigia exclusivamente aos membros e ao reitor, conhecedores dos termos aplicados, inclusive porque acompanhar a gestão da PUC-Rio está entre as atribuições regulares da Mantenedora. A tarefa de qualquer conselho dentro da PUC-Rio é colaborar com a Reitoria, auxiliando-a em sua gestão, numa prática sinodal como nos pede o Papa Francisco. Importante recordar também que a Reitoria e seus colaboradores vêm mantendo uma notável estabilidade econômica, pilar fundamental na sustentação de suas atividades acadêmicas e na promoção de um ambiente propício ao ensino, pesquisa e extensão. A PUC-Rio vem demonstrando uma gestão financeira responsável e estratégica, garantindo recursos adequados para investimentos. Neste cenário vemos um gradativo crescimento ao número de alunos e implementações de projetos de sustentabilidade, gerando assim uma solidez econômica e maior reserva. Segundo a avaliação institucional interna pedida pelo MEC e divulgada no último mês de fevereiro, a maioria dos atributos (79,6%) recebeu, em 2023, avaliações mais positivas ou estáveis do que na avaliação anterior, datada de 2018, com 62,1% avaliados de forma positiva e 17,5% estável. A gestão da PUC-Rio mantém um padrão de excelência em sua oferta educacional e proporciona aos alunos uma experiência acadêmica enriquecedora”.)

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