A cantora Catha, que encerrou o show de Madonna, no último sábado (4/5), é filha do ex-policial Fernando Cezar Hakme, principal assessor do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro. Toda a estrutura do show e a decisão de realizá-lo foram de responsabilidade do governo do estado.

Empresariada pelo pai, Catha está no começo de sua carreira. A artista tem cerca de 120 mil seguidores no Instagram e 30 mil ouvintes mensais no Spotify. Em seu currículo, Catha tem shows em eventos de menor escala.

O show “after”, após a apresentação de Madonna, aconteceu no palco Leme, estrutura idealizada pela Secretaria de Polícia Militar para ajudar no escoamento das 1,5 milhão de pessoas presentes na orla de Copacabana. A proposta da PM, segundo um documento enviado à Subsecretaria de Eventos do governo fluminense, sugeriu o pós-show para segurar uma parte do público que foi a Copacabana para assistir a Madonna, evitando, assim, que todos deixassem o bairro ao mesmo tempo, o que poderia causar tumulto nas ruas e no sistema de transporte da cidade.

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O governo do RJ concordou com a sugestão da PM e disponibilizou, através da autarquia Fundação Anita Mantuano de Artes do Estado do Rio de Janeiro (Funarj), R$ 2 milhões para a viabilização do palco Leme. Fora o principal ganho, de visibilidade por encerrar o show de Madonna, Catha recebeu apenas um cachê simbólico de R$ 15 mil, que doou para o Retiro dos Artistas.

A filha de Fernando Cezar Hakme dividiu o “after” do show de Madonna com o DJ Pedro Sampaio, que tocou antes de sua apresentação e, além da visibilidade, teve um cachê de mercado, em torno de R$ 350 mil.

Procurado, o governo do Rio de Janeiro disse que não iria se pronunciar sobre o porquê da escolha de uma cantora iniciante para fechar o show de Madonna. A coluna também procurou a assessoria de Catha, mas não teve um retorno.