Candidatura de Janot pode ser a cereja do bolo do Partido da Lava Jato
O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot avaliará até março se entrará para a política em 2022
atualizado
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O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, que capitaneou o MPF durante os três primeiros anos da Lava Jato, avaliará até março se entrará para a política em 2022. Está em tratativas com o Podemos, o mesmo partido que filia Sergio Moro em 10 de novembro e que deve ser o destino de Deltan Dallagnol — cuja saída do MPF foi noticiada pela colunista Eliane Cantanhêde. Mas Janot tem algumas questões para avaliar antes de decidir se, ao lado dos dois, formaria uma trinca de lavajatistas na disputa de cargos.
Segundo Janot tem dito a interlocutores, a questão central para sua decisão é o risco de perda da privacidade que voltou a ter depois de se aposentar do MPF.
Pesou em especial o episódio da apreensão de sua arma por ordem do STF, quando disse em uma entrevista que teria pensado em atirar em Gilmar Mendes, num dos momentos de embate que teve com o ministro durante o tempo de PGR.
Janot é entusiasta de uma candidatura de Moro. Acha que o ex-juiz ainda tem a somar, especialmente no tema de combate à corrupção. Sobre Dallagnol, costuma dizer que a investida contra ele dentro do MPF não lhe deixou saída que não fosse a entrada para a política.
Ainda não decidiu tampouco a que cargo concorreria.
Seu perfil difere em vários aspectos de Moro e Dallagnol. Janot é uma pessoa de centro-esquerda. Sua gestão na PGR foi bem mais equilibrada na escolha de alvos do que a toada seguida por Curitiba, que mirava praticamente só no PT. Deu flechadas em Lula, Dilma, mas também no intocável MDB do Senado, no PSDB de Aécio Neves e em Michel Temer, entre outros.
De semelhanças com a dupla curitibana, guarda apenas os adversários. É odiado na mesma intensidade pelos segmentos da classe política que se viram encrencados com a Lava Jato.