Candidato de grupos progressistas à PGR, Bigonha tem resistência no PT
Bigonha tem bom trânsito na esquerda, mas ala mais pragmática do PT acredita que seu nome pode gerar desgaste
atualizado
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O nome do subprocurador Antonio Carlos Bigonha, um dos cotados para suceder Augusto Aras na Procuradoria-Geral da República (PGR), tem ganhado resistência na ala mais pragmática do PT. Ele é próximo a advogados do grupo Prerrogativas, que já emplacou algumas indicações no governo Lula.
O primeiro ponto negativo de Bigonha, para parlamentares, é ser classificado como militante ou muito à esquerda. O perfil buscado para PGR é de um conciliador, que não prejudique aliados, mas também não atue ostensivamente contra adversários quando chegar ao cargo.
A previsão é de que um perfil muito à esquerda vá gerar resistência no Senado, especialmente na bancada do PL, de oposição, no momento de aprovação do nome. Mas a maior preocupação é com a atuação na própria PGR, que pode gerar desgastes desnecessários.
Além disso, embora não esteja entre os escolhidos pelos integrantes do Ministério Público Federal (MPF) na lista tríplice de indicados à PGR deste ano, Bigonha também é visto como corporativista. Já presidiu a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), responsável pela elaboração da lista, e sempre esteve alinhado à classe.
A escolha é pessoal de Lula, e Bigonha tem apoiadores o suficiente no PT para estar entre os cotados. Pelos motivos acima, porém, o vice procurador-geral eleitoral Paulo Gonet segue como favorito para substituir Aras.