Campanha de Bolsonaro tentará usar Garcia para anular Alckmin em SP
Acordo coloca o governador Rodrigo Garcia, do PSDB, para trabalhar com a máquina pública de São Paulo a favor de Bolsonaro
atualizado
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A entrada do governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, na campanha de Bolsonaro terá potencial para anular as ações de Geraldo Alckmin no interior do estado, avaliam os coordenadores da candidatura do presidente.
Rodrigo declarou “apoio incondicional” a Bolsonaro. O diretório do PSDB de São Paulo não tomou uma decisão sobre a adesão à campanha do presidente.
O PT escalou Alckmin para ir atrás do apoio de políticos paulistas não alinhados ao lulismo e de lideranças capazes de mobilizar eleitores em torno do ex-presidente. Alckmin mantém bom trânsito com os gestores, mas tem pouco a oferecer a eles neste momento.
O Planalto espera que Garcia use a influência da máquina pública para manter prefeitos e vereadores aglutinados em torno de Tarcísio de Freitas e de Bolsonaro. O governador também declarou apoio à candidatura do ex-ministro bolsonarista na disputa contra o petista Fernando Haddad. A adesão a Tarcísio sinaliza aos municípios que o modelo de relação com o Executivo estadual será mantido.
Um dos envolvidos na negociação com Garcia disse que a máquina pública não foi suficiente para ajudar o tucano na eleição estadual, mas pontuou que o peso no pleito presidencial é diferente.
Os aliados de Lula admitem que foi um erro não ter levado o petista para cidades do interior de São Paulo, mas atribuem a falha à falta de tempo para fazer campanha. Lula só conseguiu ir a Campinas no primeiro turno, onde participou de um ato na Unicamp voltado à militância de esquerda.
Garcia e Bolsonaro conversaram por chamada de vídeo na segunda-feira (3/10) à noite. Foi uma conversa rápida, mas de tom descontraído e marcada por piadas do presidente. Nesta terça (4/10), o governador se reuniu com o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, antes de encontrar Bolsonaro no aeroporto de Congonhas.
Bolsonaro conta, agora, com o apoio dos governadores dos três maiores colégios eleitorais do país. O fluminense Cláudio Castro, do PL, foi eleito com o voto do presidente, enquanto o mineiro Romeu Zema, do Novo, garantiu palanque a Bolsonaro na manhã desta terça.