Campanha de Bolsonaro paga anúncio no Google para negar pedofilia
Em entrevista ao canal do YouTube Paparazzo Rubro-Negro, Bolsonaro afirmou que “pintou um clima” ao se referir a adolescentes venezuelanas
atualizado
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A campanha de Jair Bolsonaro contratou, neste domingo (16/10), um anúncio para afirmar que o presidente da República não é pedófilo. Foram negociados banners e links, com um custo de, pelo menos, R$ 55 mil.
Segundo a página de transparência de anúncios da campanha de Bolsonaro, a equipe contratou dois banners com a frase “Bolsonaro não é pedófilo”, em destaque, e com a legenda, que repete a frase principal, acrescida de “Não acredite nas mentiras inventadas para te enganar”. Nas duas peças, idênticas, há uma foto do presidente em cerimônia oficial.
Em cada um desses anúncios, o Google informa que a campanha gastou entre R$ 25 mil e R$ 30 mil. Com esse formato, até as 9h30 deste domingo, a campanha já havia alcançado entre 4,5 milhões e 5 milhões de pessoas.
Em outro modelo de anúncio, de links que aparecem em pesquisas, foram gastos entre R$ 5 mil e R$ 6 mil, com as mesmas frases. Nesse formato, até as 9h30 deste domingo (16/10), haviam sido atingidas entre 10 mil e 15 mil pessoas.
Em uma entrevista ao canal do YouTube Paparazzo Rubro-Negro, veiculada na sexta-feira (14/10), Bolsonaro afirmou que “pintou um clima” ao ver “três ou quatro adolescentes de 14 e 15 anos”, que “seriam bonitinhas e arrumadinhas”. O presidente também disse na mesma participação que pediu para ir à casa das jovens, em São Sebastião (PT), e lá encontrou um grupo de venezuelanas que estariam “ganhando a vida”, em referência à suposta prática de prostituição.