Campanha cobra de órgãos públicos o fim do reconhecimento policial por foto
Negros são 83% dos prejudicados pela prática
atualizado
Compartilhar notícia
Deputados da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e integrantes da sociedade civil começaram uma campanha para cobrar de órgãos públicos, como o Ministério Público e o Tribunal de Justiça do estado, o fim do reconhecimento policial por foto, no chamado “catálogos de suspeitos”.
O último levantamento do Conselho Nacional de Defensores Públicos mostrou que até fevereiro deste ano 28 pessoas haviam sido presas por reconhecimento fotográfico, sendo que 83% eram negros.
A campanha, que recebeu o nome “Levante contra as fotos que enquadram” está recolhendo assinaturas para ajudar na celeridade dos projetos de lei que tramitam na Câmara contra a prática e para levar a demanda para o procurador-geral de Justiça, Luciano Mattos, e para o presidente do TJRJ, Henrique Carlos de Andrade.
O início da campanha começou com uma audiência pública, na Alerj, no dia 8 de outubro. Vítimas de casos que ganharam bastante repercussão no Rio discursaram no plenário, como o produtor cultural Angelo Gustavo Pereira Nobre, que ficou preso por 363 dias após ser “reconhecido” em uma foto que não era ele.