Câmara trava denúncia de deputada contra Eduardo Bolsonaro por ameaça
Um mês depois, processo não começou a tramitar no Conselho de Ética da Casa
atualizado
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Depois de um mês, uma denúncia apresentada contra Eduardo Bolsonaro por ameaça ainda não começou a tramitar no Conselho de Ética da Câmara. O documento foi apresentado em 14 de setembro pela deputada Dayane Pimentel, do PSL da Bahia. A parlamentar alegou que tem sido perseguida e ameaçada nas redes sociais pelo filho do presidente.
Segundo a deputada, Eduardo Bolsonaro tenta intimidá-la nas redes sociais desde 2019, quando rompeu com o governo Bolsonaro. Isso faz com que a parlamentar tema por sua “integridade física e moral”, segundo a representação. Caso aceite a denúncia e considere que houve quebra de decoro parlamentar, o colegiado pode recomendar a cassação de Eduardo.
O estopim para a denúncia foi uma publicação feita por Eduardo em 13 de setembro. Na imagem, a deputada aparece com um alvo de uma arma no rosto. Eduardo chamou a colega de “traíra”. Em outro post contra a deputada, Eduardo reproduziu uma música que diz: “Traíra, quem age assim acaba na alça da mira”.
De bolsonarista ferrenha a entusiasta de protestos “Fora, Bolsonaro” no mesmo mandato, Pimentel ainda precisa conviver diretamente com Eduardo e seus assessores na rotina do Câmara. É que os dois são vizinhos de gabinete e dividem a mesma parede na Casa.
Pimentel começou a se aproximar do clã Bolsonaro ainda em 2016, quando Jair Bolsonaro compartilhou um vídeo em que a professora baiana elogiava o então deputado e a militarização das escolas.
Depois, conheceu Bolsonaro pessoalmente em Brasília e se ofereceu para escrever seus discursos. De pronto, Bolsonaro recusou a oferta, mas pediu que ela lhe levasse a eventos eleitorais na Bahia, o que aconteceu nas eleições de 2018. Bolsonaro chegou ao Planalto e Pimentel, à Câmara. Hoje, além de pedir o impeachment do presidente, Pimentel tem se aproximado cada vez mais de outro ex-bolsonarista de olho em 2022: Sergio Moro.