Caetano Veloso e a dor por congolês morto no quiosque Tropicália
Moïse Kabagambe morreu espancado na semana passada em um quiosque de Barra da Tijuca, no Rio
atualizado
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Caetano Veloso lamentou nesta terça-feira (1º/2) a morte do congolês Moïse Kabagambe por espancamento no Rio de Janeiro. Em uma publicação no Instagram, o cantor afirmou que chorou ao ler as notícias sobre o linchamento do congolês e que “um refugiado da violência encontra violência no Brasil”.
Na semana passada, Moïse Kabagambe, de 25 anos, morreu após ser espancado no quiosque Tropicália, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Segundo a família, o congolês foi agredido depois de ter cobrado dois dias de pagamento atrasado no quiosque. O corpo de Moïse foi encontrado amarrado.
“Chorei hoje lendo sobre o assassinato de Moïse Mujenyi Kabagambe num quiosque na Barra da Tijuca. Que o nome do Quiosque seja Tropicália aprofunda, para mim, a dor de constatar que um refugiado da violência encontra violência no Brasil”, escreveu Caetano, acrescentando que seus colegas da Tropicália, movimento cultural do fim dos anos 1960, também repudiariam o assassinato.
“Para mim e certamente para Gilberto Gil, Capinam, Rita Lee, Tom Zé, Sérgio Dias, Gal Costa, Arnaldo Baptista, Julio Medaglia, Manuel Barenbein… E fere a memória de Rogério Duprat, Torquato Neto, Nara Leão, Guilherme Araújo… Sobretudo a de Hélio Oiticica, que criou o termo. Tenho certeza de que a família Oiticica está comigo nessa amarga revolta. O Brasil não pode ser o que há de mesquinho e desumano em sua formação”.