Briga por vaga na Câmara do Rio envolve ex-ministro de Lula e suplente trans
Idianarae Siqueira, que seria a primeira transsexual da Câmara do Rio de Janeiro, acusa o PT de deixá-la de fora do mandato
atualizado
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A suplente de vereadora Idianarae Siqueira, que seria a primeira transsexual da Câmara do Rio de Janeiro, acusa o PT de deixá-la de fora do mandato que ela viria a assumir com a ida da vereadora Tainá de Paula para a Prefeitura. Segundo a suplente, o PT quer filiar novamente, e “às pressas”, o ex-ministro de Igualdade Racial de Lula Edson Santos, o que fará com que ela perca a vaga na Casa.
Três cadeiras na Câmara dos Vereadores do Rio ficaram livres com a eleição de Lindbergh Farias e de Reimont para a Câmara dos Deputados e com a saída de Tainá de Paula para a prefeitura. As vagas teriam de ser ocupadas, respectivamente, pelos suplentes Luciana Novaes, Niquinho e, em tese, por Indianarae. A filiação de Edson Santos ao PT fará com que Indianarae fique de fora.
O ex-ministro foi candidato pelo PT à Câmara dos Vereadores em 2020 e ficou na vaga de segundo suplente, atrás de Luciana Novaes. Ele se desfiliou do partido e concorreu, no ano passado, à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro pelo PSB, mas não foi eleito.
Após a derrota, o PT convidou Santos para se filiar novamente e preencher, pela legenda, uma das vagas que ficarão livres quando Lindbergh, Reimont e Tainá de Paula tomarem posse de seus cargos. Como a eleição de 2020 ainda era nominal, a vaga poderia ser do ex-ministro mesmo que ele não estivesse no PT. O partido, contudo, teria o direito de reivindicar, juridicamente, o mandato.
Se voltar ao PT, Santos terá direito à vaga de Reimont, que deveria ser ocupada por Niquinho. Nesse cenário, Niquinho desce para a posição de terceiro suplente e fica com a vaga de Tainá de Paula. Indianarae, portanto, ficará sem mandato.
À coluna, o presidente do PT da cidade do Rio de Janeiro, Thiago Santana, disse que Santos assumirá a vaga “seguindo o processo democrático”.
Já Indianarae e Niquinho afirmam que, ao se filiar novamente ao partido, Santos terá um número de inscrição diferente do que ele tinha em 2020, quando foi eleito suplente. A dupla sustenta que Santos cometeria crime eleitoral ao assumir o mandato e planeja levar o caso para o Ministério Público Eleitoral.