1 de 1 Em saguão de hotel, algumas dezenas de atletas brasileiros se reúnem em clima tenso após invasão russa na Ucrânia - Metrópoles
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O preparador físico Luciano Rosa, que trabalha no time ucraniano de futebol Shakhtar Donetsk, afirmou à coluna que os atletas brasileiros que atuam na Ucrânia estão em situação crítica, abrigados em um bunker construído embaixo de um hotel em Kiev e sem receber orientações do Itamaraty sobre como deixar a Ucrânia.
Os jogadores de futebol publicaram um vídeo ao lado de suas famílias no hotel em que a equipe costuma se concentrar antes dos jogos. Rosa contou que, após o vídeo, a embaixada brasileira entrou em contato para pedir os números dos passaportes e dos documentos de quem estava no local. Foi a única ação tomada por enquanto.
“A embaixada de Portugal já tem uma estratégia e retirou alguns portugueses que estavam aqui e que fazem parte da comissão técnica do clube. Só estamos nós e os oito italianos da comissão técnica”, disse Rosa.
“A situação é crítica. Estamos abrigados no bunker embaixo do hotel, porque as sirenes de ataque aéreo tocam a todo momento. Não sabemos até quando teremos água, comida ou se o aquecedor vai funcionar, porque faz muito frio em Kiev. Estamos aguardando as providências do Itamaraty, mas estamos apavorados”, acrescentou.
Rosa contou que todos foram orientados a abandonar suas casas durante a madrugada, após escutarem seguidas explosões em Kiev. Eles só foram capazes de levar uma mala de mão para o hotel.
O preparador físico está junto dos atletas Maycon, Pedrinho, Vitão, Fernando, Marlon, Marcos Antônio, Vinícius Tobias, Ismaily, David Neres, Dodô e Júnior Moraes. Todos estão com suas famílias no bunker.
“Faço um apelo para que as autoridades olhem para cá. Não sei o que está chegando ao Brasil, mas é uma situação de guerra. Não é uma situação de tensão, é de guerra. Não sabemos o que vai acontecer com a gente. Quanto mais cedo o governo tomar uma decisão, mais vidas serão salvas”, declarou Rosa.
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A relação conturbada entre Rússia e Ucrânia, que pode desencadear um conflito armado, tem deixado o mundo em alerta para uma possível guerra
Wolfgang Schwan/Anadolu Agency via Getty Images
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A confusão, no entanto, não vem de hoje. Além da disputa por influência econômica e geopolítica, contexto histórico que se relaciona ao século 19 pode explicar o conflito
Agustavop/ Getty Images
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A localização estratégica da Ucrânia, entre a Rússia e a parte oriental da Europa, tem servido como uma zona de segurança para a antiga URSS por anos. Por isso, os russos consideram fundamental manter influência sobre o país vizinho, para evitar avanços de possíveis adversários nesse local
Pawel.gaul/ Getty Images
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Isso porque o grande território ucraniano impede que investidas militares sejam bem-sucedidas contra a capital russa. Uma Ucrânia aliada à Rússia deixa possíveis inimigos vindos da Europa a mais de 1,5 mil km de Moscou. Uma Ucrânia adversária, contudo, diminui a distância para pouco mais de 600 km
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Percebendo o interesse da Ucrânia em integrar a Otan, que é liderada pelos Estados Unidos, e fazer parte da União Europeia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou atacar o país, caso os ucranianos não desistissem da ideia
Andre Borges/Esp. Metrópoles
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Uma das exigências de Putin, portanto, é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não se junte à organização liderada pelos Estados Unidos. Para os russos, a presença e o apoio da Otan aos ucranianos constituem ameaças à segurança do país
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A Rússia iniciou um treinamento militar junto à aliada Belarus, que faz fronteira com a Ucrânia, e invadiu o território ucraniano em 24 de fevereiro
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Por outro lado, a Otan, composta por 30 países, reforçou a presença no Leste Europeu e colocou instalações militares em alerta
OTAN/Divulgação
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Apesar de ter ganhado os holofotes nas últimas semanas, o novo capítulo do impasse entre as duas nações foi reiniciado no fim de 2021, quando Putin posicionou 100 mil militares na fronteira com a Ucrânia. Os dois países, que no passado fizeram parte da União Soviética, têm velha disputa por território
AFP
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Além disso, para o governo ucraniano, o conflito é uma espécie de continuação da invasão russa à península da Crimeia, que ocorreu em 2014 e causou mais de 10 mil mortes. Na época, Moscou aproveitou uma crise política no país vizinho e a forte presença de russos na região para incorporá-la a seu território
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Desde então, os ucranianos acusam os russos de usar táticas de guerra híbrida para desestabilizar constantemente o país e financiar grupos separatistas que atentam contra a soberania do Estado
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O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já impacta economicamente o mundo inteiro. Na Europa Ocidental, por exemplo, países temem a interrupção do fornecimento de gás natural, que é fundamental para vários deles
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Embora o Brasil não tenha laços econômicos tão relevantes com as duas nações, pode ser afetado pela provável disparada no preço do petróleo
Vinícius Schmidt/Metrópoles
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Em meio à troca de acusações, os Estados Unidos dizem que há uma ameaça "iminente" de Moscou a Kiev e enviaram mais de 8 mil soldados para a Europa Oriental
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Putin reconheceu oficialmente a independência de duas regiões da Ucrânia controladas por separatistas pró-Rússia. Poucas horas depois, anunciou o envio de soldados para Donetsk e Luhansk, com a suposta missão de pacificar a área
Alexei NikolskyTASS via Getty Images)
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Como resposta, a União Europeia e os Estados Unidos proibiram transações econômicas com bancos e entidades que financiam o aparato militar da Rússia. As medidas atingem políticos russos, bancos, o setor de defesa e de mercados de capitais
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O Ministério das Relações Exteriores russo informou que evacuou os últimos diplomatas em serviço no país vizinho. Para a chancelaria de Putin, os diplomatas russos correm risco de sofrer violência
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Sob risco de invasão, o ministro ucraniano das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, pediu mais armas aos países do Ocidente. Ele defendeu que essa seria uma forma de resistir contra a Rússia
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