Brasil endossará declaração da OEA com críticas à Nicarágua
Delegação do Brasil assinará o documento que será divulgado pela OEA para externar críticas à deterioração da democracia na Nicarágua
atualizado
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O Brasil vai endossar uma declaração conjunta das delegações da Organização dos Estados Americanos (OEA) com críticas à Nicarágua, a respeito da deterioração da democracia naquele país. O documento deve ser divulgado na Assembleia Geral da OEA, nesta sexta-feira (23/6).
Nas negociações dos termos do texto, que devem ser concluídas hoje em Washington D.C., as delegações caminham para o consenso de expressar preocupação frente a fatos públicos e comprovados sobre o governo de Daniel Ortega.
Entre os casos que devem ser citados, está a retirada da nacionalidade de quase cem opositores, bem como a investida contra seus bens. Mas a delegação brasileira reforçará a necessidade de a OEA manter um canal de diálogo aberto com a Nicarágua.
Ortega foi amigo de Lula por anos. Em 2021, o petista disse ao jornal El País que não podia interferir nas decisões de outros países e comparou a Ortega à ex-chanceler alemã Angela Merkel, que venceu quatro eleições para governar a nação europeia.
No segundo turno da eleição, durante um debate presidencial, Lula declarou que “o regime político da Nicarágua é uma coisa que depende deles” e que, “se o Daniel Ortega está errando”, caberia ao povo daquele país punir o ditador.
O governo brasileiro, no entanto, manifestou preocupação com os relatos de violações de direitos humanos na Nicarágua. A manifestação ocorreu na reunião do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, na Suíça, no dia 7 de março. O Itamaraty anunciou, ainda, que estava disposto a receber os opositores que tiveram a nacionalidade retirada pela ditadura de Ortega.