Bolsonaro reage a notícia de indiciamento: “PF criativa do Alexandre”
Jair Bolsonaro reagiu à notícia, publicada pela coluna, de que será indiciado no inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado em 2022
atualizado
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Jair Bolsonaro reagiu à notícia, publicada pela coluna, de que será indiciado no inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado em 2022, após a derrota para Lula. O ex-presidente afirmou que nunca tomou nenhuma providência para decretar Estado de sítio no país, conforme constava na minuta golpista encontrada com seu ex-ajudante de ordens Mauro Cid e apresentada por ele aos comandantes militares.
“É mais uma da PF criativa do Alexandre [de Moraes]. Não existe decreto de Estado de sítio. O presidente que quiser decretar Estado de sítio deve enviar uma exposição de motivos pro Congresso, ouvir o Conselho da República e o Conselho da Defesa. Cadê a exposição de motivos? Não tem, porque nunca tomei nenhuma medida concreta sobre isso”, afirmou, no telefonema que fez para a coluna, às 6h50 deste sábado (19/10), para comentar a notícia publicada às 2h.
Bolsonaro disse que uma eventual condenação sua é para “reforçar a inelegibilidade”, já decretada por ele. “Querem se garantir com uma condenação”, disse.
A despeito dos arroubos que teve durante seu governo, o ex-presidente disse que nunca desrespeitou a Constituição, livro que, segundo ele, era sua “leitura de cabeceira e de banheiro”.
“Eu estudei toda a Constituição desde que assumi. A Constituição tem que ser a leitura de cabeceira ou ficar no banheiro. Eu leio no banheiro. Era minha leitura de cabeceira e de banheiro. Sempre falei nas quatro linhas, nunca fiz nada fora”, afirmou.
Bolsonaro disse que não há nada de concreto contra ele: “Os caras estão fazendo uma tempestade dentro de uma garrafa plástica”.
Conforme mostrou a coluna, a Polícia Federal vai indiciar, em meados de novembro, o ex-presidente; os ex-ministros e generais Augusto Heleno e Walter Braga Netto; o ex-comandante da Marinha e almirante Almir Garnier Santos; o ex-ministro Anderson Torres; e o ex-ministro Paulo Sérgio Nogueira, entre outros. Os seis serão indiciados no inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado, após a derrota para Lula, em 2022.
A Polícia Federal considera ter elementos que mostram a participação dos seis na trama golpista colocada em prática ao longo de 2022, e, em especial, após o resultado do segundo turno da eleição daquele ano.
Mensagens encontradas recentemente pela PF ligam Bolsonaro à minuta golpista que implementava instrumentos jurídicos que permitiram contestar o resultado das eleições, à margem da Constituição. No texto, encontrado posteriormente com o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cid, constava o decreto de Estado de Sítio e de uma Operação de Garantia da Lei e da Ordem.
A situação de Bolsonaro também foi agravada pela confirmação dos ex-comandantes do Exército, general Marco Antonio Freire Gomes, e da Força Aérea Brasileira (FAB), tenente-brigadeiro do ar Carlos Baptista Júnior, de que Bolsonaro os pressionou a aderir a um golpe de Estado para se manter no poder.
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