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Bolsonaro mantém encontros secretos com Lindôra, a quem prometeu PGR

Jair Bolsonaro mantém desde 2020 encontros secretos com a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, a quem já prometeu a PGR

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Foto colorida da vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida da vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo - Metrópoles - Foto: Reprodução

O presidente Jair Bolsonaro mantém desde 2020 encontros secretos com a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, a quem já prometeu o cargo de PGR, após a saída de Augusto Aras, em 2023, caso Bolsonaro seja reeleito. As duas primeiras reuniões entre os dois ocorreram por intermédio do ex-deputado federal Alberto Fraga, que levou Lindôra ao Palácio da Alvorada para apresentá-la ao presidente – à época, ela era coordenadora da Assessoria Jurídica Criminal da PGR.

Na primeira ocasião, Fraga atendeu a uma solicitação de Bolsonaro, que pediu ao ex-deputado para conversar com a vice-PGR. O presidente sabia da boa relação dela com Aras, mas ainda não tivera a oportunidade de conversar a sós com a subprocuradora. Na época, Lindôra tinha a prerrogativa de atuar em processos que tramitam no Superior Tribunal de Justiça. Conduzia, portanto, os inquéritos criminais de governadores de estado, tanto aliados quanto adversários de Bolsonaro.

O presidente estava naquele momento ávido por informações sobre suspeitas e inquéritos instaurados contra Wilson Witzel e João Doria, respectivamente os governadores do Rio de Janeiro e de São Paulo na ocasião. Mas não era só esse o objetivo de Bolsonaro quando pediu a Fraga que providenciasse o encontro.

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Lindôra Araújo enviará a posição da PGR ao STF sobre caso envolvendo Bolsonaro
A vice-PGR, Lindôra Araújo
Em janeiro de 2020, após a saída de José Adonis do cargo de coordenador do grupo de trabalho da Operação Lava Jato, Lindôra foi nomeada coordenadora. No entanto, mais tarde, no mesmo ano, entrou em atrito com a força-tarefa
Vice-PGR, Lindôra Araújo apresentou denúncia contra Carla Zambello
Em 4 de abril de 2022, tornou-se vice-procuradora geral da República na gestão de Augusto Aras
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Lindôra Araújo é considerada uma das procuradoras mais conservadoras da PGR

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Lindôra Araújo enviará a posição da PGR ao STF sobre caso envolvendo Bolsonaro

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A vice-PGR, Lindôra Araújo

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Em janeiro de 2020, após a saída de José Adonis do cargo de coordenador do grupo de trabalho da Operação Lava Jato, Lindôra foi nomeada coordenadora. No entanto, mais tarde, no mesmo ano, entrou em atrito com a força-tarefa

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Vice-PGR, Lindôra Araújo apresentou denúncia contra Carla Zambello

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Em 4 de abril de 2022, tornou-se vice-procuradora geral da República na gestão de Augusto Aras

Diferentes interlocutores do presidente que trabalhavam para que ele indicasse Aras ao Supremo Tribunal Federal, em uma das duas vagas que abririam para o tribunal, com a aposentadoria de Celso de Mello, em 2020, e de Marco Aurélio Mello, em 2021, sugeriam que Lindôra fosse a escolhida para substituir o atual PGR.

O próprio Augusto Aras indicara sua então assessora criminal. Mas o presidente sempre expressava desconforto em ter uma mulher nessa posição. Dizia não acreditar que mulheres tivessem as características necessárias para ocupar a PGR. Diante da insistência no nome de Lindôra Araújo — inclusive de seu filho mais velho, Flávio Bolsonaro —, o presidente pediu a reunião.

No dia do primeiro encontro, quando a subprocuradora e Alberto Fraga chegaram ao Palácio do Alvorada, Lindôra estava nervosa. Fraga sugeriu ficar do lado de fora e não entrar com ela na biblioteca do Alvorada, onde Bolsonaro a esperava. O ex-deputado insistiu, e ela entrou sozinha.

A conversa durou pouco mais de uma hora. Ao final, Bolsonaro levou os dois à porta do palácio e, dirigindo-se a Fraga, fez sinal positivo com o polegar. “Gostei, gostei. Foi bom”, disse, num tom de voz mais baixo, apenas para o ex-deputado.

O outro encontro, também em 2020, foi o último que teve a intermediação do ex-deputado. Depois disso, Bolsonaro e Lindôra passaram a falar diretamente por meio do WhatsApp, tal qual ele dialoga com Augusto Aras. Quando precisa tratar de algum assunto que diz respeito às atribuições da vice-PGR, o presidente conversa diretamente com ele. Em mais de uma ocasião, disse à subprocuradora que ela será a próxima PGR, num eventual segundo mandato, substituindo Aras.

Nesta semana, Lindôra pediu ao STF o arquivamento de sete das 10 apurações preliminares que têm como alvo Bolsonaro, ministros, ex-ministros e o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros, por possíveis crimes cometidos durante a condução da pandemia de Covid-19. Os pedidos de investigação partem de conclusões da CPI da Pandemia.

Além de Bolsonaro, citado em cinco apurações, e de Barros, os pedidos de arquivamento beneficiam o ex-ministro Walter Braga Netto, candidato a vice na chapa do presidente, o ex-ministro Eduardo Pazuello e o atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, entre outros auxiliares diretos do Planalto e aliados do bolsonarismo.

Procurada para comentar sobre sua relação com Bolsonaro, a vice-procuradora não respondeu à coluna até o fechamento desta reportagem. O espaço está aberto a manifestações.

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