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Bolsonaro errou feio em mais um ato de sua tentativa de golpe; análise

Foi barulhenta a reação às mentiras de Jair Bolsonaro sobre as urnas eletrônicas

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Em reunião com embaixadores no Alvorada, Jair Bolsonaro mentiu sobre urnas eletrônicas
1 de 1 Em reunião com embaixadores no Alvorada, Jair Bolsonaro mentiu sobre urnas eletrônicas - Foto: Clauber Cleber Caetano/PR

A reunião de Jair Bolsonaro com os embaixadores para mentir sobre as urnas eletrônicas talvez tenha sido o primeiro ato formal do teatro golpista do presidente de não aceitar o resultado da eleição, se for de fato derrotado, como as pesquisas eleitorais vêm projetando. E foi um tremendo tiro na água.

Houve uma reação barulhenta e inédita contra o discurso golpista de colocar em xeque a confiança no sistema eleitoral. O gabinete do ministro Edson Fachin, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, contabilizou 62 manifestações de entidades em apoio à Justiça Eleitoral, só até a quarta-feira, 20 de julho. Juízes, advogados, procuradores e promotores, policiais federais, agentes da Abin, diplomatas, a sociedade civil como um todo: a resposta a Bolsonaro foi estrondosa e passou uma mensagem clara. A confiança no sistema eleitoral é robusta.

A reação foi tão vigorosa que fez até o procurador-geral da República, Augusto Aras, sair de baixo da mesa e se pronunciar, repostando um vídeo que havia gravado duas semanas antes, quando da entrevista que deu para jornalistas estrangeiros. Nele, Aras reforça a confiança na urna eletrônica e na eleição brasileira. Foi uma apunhalada que deve ter doído em Bolsonaro. Seu amigo de fé, irmão camarada, o PGR disse, com isso, que até chega com ele na ponta do abismo, mas não está disposto a pular.

Mas não deve ter doído tanto quanto a declaração do porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Ned Price, que reforçou a confiabilidade do sistema eleitoral brasileiro. Durante pronunciamento à imprensa em Washington, na quarta-feira (20/7), ele afirmou que que as eleições no Brasil têm sido conduzidas “com sucesso” por um sistema “capacitado e testado ao longo do tempo”.

Price disse ainda que o sistema eleitoral brasileiro “serve de modelo para nações não só no hemisfério, mas além também”, e que o governo americano vai “acompanhar as eleições em outubro com grande interesse e total expectativa de que serão conduzidas de maneira livre, justa e com credibilidade”.

Isso doeu no governo e principalmente na caserna, que sempre se guiou, mesmo antes da Guerra Fria, pela bússola de Washigton. Os militares brasileiros entendem que geopoliticamente o alinhamento aos Estados Unidos é fundamental para o Brasil, e desagradar desta maneira à Casa Branca seria mortal. Existe a chance ainda de uma emenda parlamentar do Partido Democrata ser aprovada em outubro, quando é votado o orçamento americano, vetando qualquer repasse ao Brasil caso os militares daqui se metam na eleição.

No STF, ministros também foram procurados nesta semana por integrantes do Alto Comando do Exército que queriam deixar claro que não há concordância entre eles com o posicionamento do ministro da Defesa, general Paulo Sérgio, que vem repetindo a ladainha mentirosa de Bolsonaro ao questionar as urnas eletrônicas.

As próximas pesquisas eleitorais vão mostrar se a presepada desta semana causou algum impacto e, se causou, de quanto na intenção de voto em Bolsonaro. Sempre que o presidente causa tumulto e ameaça ainda mais ostensivamente a democracia, o eleitor o rejeita. A tendência é que isso se repita agora. Mas, é sempre bom lembrarmos, as pesquisas também devem mostrar o efeito positivo para ele da redução do ICMS, diminuindo o preço da gasolina, e das outras benesses que ele vem sacando da cartola para tentar melhorar sua popularidade e baixar sua rejeição.

Assista ao vídeo:

14 imagens
A seguir, os candidatos à Presidência
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O primeiro turno da eleição para presidente da República está marcado para 2 de outubro de 2022

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A seguir, os candidatos à Presidência

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Ciro Gomes, do PDT

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Felipe d'Ávila, do Novo

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Luiz Inácio Lula da Silva, do PT

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Simone Tebet, do MDB

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Sofia Manzano, do PCB

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Vera Lúcia, do PSTU

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Luciano Bivar (União Brasil) – Vencedor das prévias do partido, Luciano Bivar está oficializado como pré-candidato

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Pablo Marçal (PROS) – O empresário é pré-candidato à Presidência do Brasil pelo Partido Republicano da Ordem Social (PROS)

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