Bolsonaro defende ataque em “sentido figurado”, mas processou críticos
Bolsonaro disse que falou em “metralhar petistas” apenas no sentido figurado, mas tentou processar jornalistas que falaram em sua morte
atualizado
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Jair Bolsonaro disse nesta segunda-feira (11/7) que falou em “metralhar petistas” em 2018 apenas no sentido figurado. O presidente, contudo, tentou processar jornalistas que mencionaram sua morte em artigos de opinião e até um sociólogo que lhe comparou a um “pequi roído”.
Em 2020, Bolsonaro tentou processar os jornalistas Ruy Castro, da Folha de S. Paulo, e Ricardo Noblat, colunista do Metrópoles. Os dois foram alvos de pedidos de André Mendonça, então ministro da Justiça e atual ministro do STF, para que fossem investigados por supostamente incentivar o suicídio. Castro havia escrito um texto dizendo que Jair Bolsonaro deveria se suicidar, que foi compartilhado por Noblat.
Mendonça também acionou a PF contra o jornalista Hélio Schwartzman, desta vez baseando-se na Lei de Segurança Nacional, quando Schwartzman publicou um texto com o título de “Por que torço para que Bolsonaro morra”. No governo Bolsonaro, o uso da Lei de Segurança Nacional contra críticos bateu recordes. Herança da ditadura militar, a lei foi revogada pelo Congresso e pelo Planalto em 2021.
Naquele ano, ainda no Ministério da Justiça, Mendonça também mandou a Polícia Federal investigar um sociólogo que fez um outdoor em Tocantins comparando Bolsonaro a um “pequi roído”.
Nesta segunda-feira (11/7), após ser questionado sobre o assassinato de Marcelo Arruda, tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu (PR), por um bolsonarista, Bolsonaro desconversou. Indagado sobre a declaração de “metralhar petistas” em 2018, o presidente respondeu:
“Sabe o que é sentido figurado? Você estudou português na sua faculdade ou não?”, perguntou Bolsonaro, atacando a jornalista que havia lhe feito a pergunta no Planalto.