Depois da convenção que confirmou sua candidatura à reeleição e teve presença e discurso de Jair Bolsonaro, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, disse à coluna que o ex-presidente não deve ser tão ativo em sua campanha quanto o governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas.

Bolsonaro é alvo de rejeição em São Paulo e, por esse motivo, aliados de Nunes evitavam nacionalizar a disputa paulistana. Tarcísio não é alvo da mesma resistência, segundo interlocutores do prefeito e até aliados do principal adversário dele, Guilherme Boulos.

“O que me falaram é que Bolsonaro vai ficar mais cuidando das outras cidades do Brasil e o Tarcísio vai acompanhar aqui a campanha mais de cima. Que o Bolsonaro teria delegado pra ele cuidar aqui da campanha”, disse Nunes à coluna.

Na convenção do MDB, que o confirmou como candidato à reeleição, na manhã deste sábado (3/8), Nunes teve Jair Bolsonaro em seu palanque e fez um discurso mais afeito à polarização com Boulos.

O movimento de intensificar os ataques ao candidato do PSol vem em meio a uma alta do apresentador José Luiz Datena (PSDB) nas pesquisas. No último levantamento Quaest, Datena apareceu com 19%, assim como Boulos.

Tanto Bolsonaro quanto Nunes fizeram discursos atacando Boulos neste sábado. O prefeito falou em união contra o “mal” e tachou o adversário como “ameaça”.

“É uma ameaça ver uma figura como Guilherme Boulos ser prefeito de São Paulo. O mesmo Boulos que, até outro dia, estava invadindo o Ministério da Fazenda, depredando a Fiesp, boicotando e sabotando a Copa do Mundo, fechando estradas pelo país inteiro”, disse.

À coluna, Nunes contemporizou e repetiu o discurso de que lidera uma frente ampla em São Paulo.

“A gente nem pensa tudo igual, mas a gente está unido”, disse o prefeito.