Bolsonaro copia Maluf, que usou família no “estupra, mas não mata”
Duda Mendonça reuniu todas as mulheres da família Maluf após declaração desastrosa sobre estupro; candidato venceu o petista Eduardo Suplicy
atualizado
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O vídeo divulgado pela campanha de Bolsonaro para o presidente explicar por que disse ter “pintado um clima” entre ele e meninas venezuelanas remete a uma peça clássica do marketing político no Brasil.
Em 1992, o publicitário Duda Mendonça teve de elaborar um pedido de desculpas por parte de Paulo Maluf, então candidato do PDS à Prefeitura de São Paulo. O PT explorava na campanha uma gravação feita três anos antes, em que Maluf dizia: “Está com vontade sexual? Estupra, mas não mata.”
Duda Mendonça reuniu todas as mulheres da família Maluf no entorno do candidato, que pedia perdão por ter dito a frase, embora ponderasse que o PT havia tirado a declaração de contexto.
Bolsonaro seguiu a mesma receita no vídeo gravado ao lado da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e de Maria Teresa Belandria, representante no Brasil do autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó.
Há 30 anos, na disputa municipal, a propaganda de Duda Mendonça estancou a crise. Maluf teve 58,07% dos votos no segundo turno e derrotou o petista Eduardo Suplicy.