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Bolsonaro com embaixadores mostra fraqueza do plano de golpe; análise

Jair Bolsonaro se reúne com embaixadores nesta segunda-feira (18/7) para repetir mentiras sobre as urnas eletrônicas

atualizado

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Bolsonaro acena
1 de 1 Bolsonaro acena - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A reunião de Bolsonaro com embaixadores estrangeiros, nesta segunda-feira (18/7), para repetir mentiras sobre as urnas eletrônicas e a suposta fragilidade do sistema eleitoral é mais uma etapa que o presidente cumpre na preparação do golpe de Estado que pretende dar, questionando o resultado de uma eventual derrota eleitoral, em outubro, caso se confirmem os cenários mostrados por praticamente todas as pesquisas de intenção de voto.

Mas a necessidade de Bolsonaro repetir as mentiras aos embaixadores mostra dois aspectos interessantes dessa jornada.

Primeiro, a reunião indica como o presidente sabe que não há clima externo para apoiar sua empreitada autoritária. Mundo afora, as urnas eletrônicas brasileiras sempre foram reconhecidas como um exemplo de instrumento para um processo eleitoral seguro, eficaz e de apuração rápida. Das grandes democracias, o Brasil há décadas é um case de apurações ágeis e transparentes.

A agenda de Bolsonaro é um contraponto ao que o Tribunal Superior Eleitoral fez recentemente, quando convocou os embaixadores para mostrar a segurança das urnas e aplicar uma espécie de vacina contra as mentiras do presidente. Não deve adiantar muito, até pelo segundo ponto que o encontro desta segunda-feira revela.

A reunião também mostra como a narrativa da falta de segurança das eleições segue débil, o que não poderia ser diferente, já que não há nenhuma prova de fraude desde 1996, quando, numa eleição municipal, o país votou de maneira eletrônica pela primeira vez.

Os embaixadores convidados hoje por Bolsonaro moram no Brasil, ou seja, estão há dois anos assistindo ao presidente todas as semanas desacreditar o sistema eleitoral. Já ouviram todos os falsos argumentos, as distorções, as manipulações e mentiras que ele e seus apoiadores espalham sobre o tema, todos desmentidos um a um. Não há nada que vão ouvir hoje que não tenham escutado antes. E não colou, como, novamente sem fatos, não colará.

Esse é só um dos vários buracos que existem no plano do presidente para dar um golpe. Que ele vai tentando, aos poucos, diariamente, dar.

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A relação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, com o presidente Jair Bolsonaro é, de longe, uma das mais tumultuadas do cenário político brasileiro
No capítulo mais acalorado, no último 7 de Setembro, o presidente chamou o ministro de “canalha” e ameaçou afastá-lo do cargo
O motivo? Moraes expediu ordem de busca e apreensão contra bolsonaristas e bloqueou contas bancárias de entidades suspeitas de financiar atos contra o STF
“Sai, Alexandre de Moraes, deixe de ser canalha, deixe de oprimir o povo brasileiro”, disse o presidente diante de uma multidão
Meses antes, em fevereiro, Moraes havia mandado prender o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), aliado do presidente
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Daniel Ferreira/Metrópoles
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A relação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, com o presidente Jair Bolsonaro é, de longe, uma das mais tumultuadas do cenário político brasileiro

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No capítulo mais acalorado, no último 7 de Setembro, o presidente chamou o ministro de “canalha” e ameaçou afastá-lo do cargo

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O motivo? Moraes expediu ordem de busca e apreensão contra bolsonaristas e bloqueou contas bancárias de entidades suspeitas de financiar atos contra o STF

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“Sai, Alexandre de Moraes, deixe de ser canalha, deixe de oprimir o povo brasileiro”, disse o presidente diante de uma multidão

Fábio Vieira
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Meses antes, em fevereiro, Moraes havia mandado prender o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), aliado do presidente

Aline Massuca
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Moraes também é relator de inquéritos em que o presidente e vários de seus aliados aparecem como investigados

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O mais recente é o que investiga Bolsonaro por associar as vacinas contra a Covid-19 com a contração do vírus HIV, causador da aids

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O inquérito motivou o início de mais um round entre os dois

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“Tudo tem um limite. Eu jogo dentro das quatro linhas, e quem for jogar fora das quatro linhas não vai ter o beneplácito da lei. Se quiser jogar fora das quatro linhas, eu jogo também”, disse o presidente

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