Barroso diz que foi desaconselhado a visitar Itália devido a Battisti
Ministro do Supremo disse que chegou a ouvir do embaixador uma recomendação de não ir à Itália
atualizado
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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso conta que sofreu pressão no caso da extradição de Cesare Battisti, em que trabalhou, e chegou a ouvir do embaixador italiano no Brasil uma recomendação de que não fosse à Itália naquele momento.
A entrevista foi dada ao canal do YouTube “Eu Vi o Mundo”, dos professores Dawisson Belém-Lopes (UFMG) e Guilherme Casarões (FGV EAESP), e será veiculada em 18 de janeiro.
“A imprensa estava contra [mim]. A Itália fazia muita pressão. Berlusconi era o primeiro-ministro da Itália e o Cesare passou a ser um troféu. Eu nunca antes lidei com um caso em que uma das partes estivesse tão empenhada. Eu me lembro de o Embaixador da Itália no Brasil me dizer, numa das nossas reuniões, ‘eu sugiro que o Sr. não vá à Itália proximamente’. Ele disse isso para mim. E eu continuei indo à Itália, que é um lindo país (risos)”, contou.
Barroso lembrou ainda que convenceu o presidente a não realizar a extradição através do então ministro da Secretaria-Geral, Gilberto Carvalho.