Baptista reconheceu à PF montagens contra ele tramadas por Braga Netto
Ex-comandante da Aeronáutica, Baptista Júnior foi pressionado a aderir a golpe por meio de ataques nas redes sociais
atualizado
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O ex-comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior, disse em depoimento à Polícia Federal ter recebido no celular montagens que o atacavam e haviam sido disparadas pelo ex-ministro da Defesa e da Casa Civil, general Walter Braga Netto, um dos alvos das investigações sobre as tramas golpistas no governo Jair Bolsonaro.
A PF encontrou no celular de Braga Netto mensagens trocadas em dezembro de 2022 entre ele e Ailton Gonçalves Moraes Barros, amigo de Bolsonaro, com orientações para que Baptista Júnior fosse atacado.
Diante da resistência do comandante da Aeronáutica a aderir aos planos golpistas, Braga Netto o classificou como “traidor da pátria”, enquanto fazia elogios ao almirante Almir Garnier Santos, comandante da Marinha, este mais inclinado ao golpismo bolsonarista.
Aos investigadores da PF, Baptista Júnior disse que não sabia que Braga Netto coordenava ataques a ele e sua família. Ele contou ter tomado ciência do assunto quando foi deflagrada a Operação Tempus Veritatis, em fevereiro, que escancarou as maquinações de Braga Netto contra ele e o então comandante do Exército, general Freire Gomes.
Apresentado pelos investigadores a montagens disparadas a partir do celular de Braga Netto no WhatsApp, Baptista reconheceu o conteúdo e afirmou que ele e sua família chegaram a recebê-lo.
Baptista Júnior também afirmou que conheceu Braga Netto em 1997, quando trabalharam na Secretaria de Assuntos Estratégicos do governo Fernando Henrique Cardoso, e tinha com ele uma relação “muito próxima”, eram amigos. O general, segundo o tenente-brigadeiro, era muito amigo de seu pai, que também foi comandante da Aeronáutica.