A bancada ruralista do Congresso está prestes a declarar guerra ao petista Jorge Viana, atual presidente da Apex. As críticas que o ex-senador fez ao agronegócio brasileiro durante um evento com empresários chineses, em Pequim, irritou os parlamentares.

Na segunda-feira (27/3), Viana disse que brasileiros deveriam “parar de dizer fora do Brasil que o país não tem problema ambiental”, discurso recorrente no agronegócio, apesar da explosão do desmatamento apontar o contrário.

Os ruralistas reclamam que não foi uma crítica isolada. Em fevereiro, na premiação do Selo Mais Integridade, Viana disse que a JBS, a Marfrig e outras empresas do setor não podem mais trabalhar sem apresentar a procedência dos produtos de origem animal.

“O rastreamento não é uma exigência colocada pelo governo, mas pelos consumidores. É uma exigência justa. Não podemos mais levar para casa produtos que não cumprem com o que a lei estabelece”, afirmou.

Na ocasião, Viana reclamou de empresas que “abandonaram a atividade fim” e “se meteram em atividades radicalizadas”. Era uma crítica aos empresários que se posicionaram politicamente durante o governo Bolsonaro.

A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) emitiu um comunicado, na terça-feira (28/3), dizendo que o discurso feito para os chineses provocava estrago “intangível” para as exportações brasileiras.

Na quarta-feira (29/3), o presidente da FPA, Pedro Lupion (PP-PR), apoiador do governo Bolsonaro, criticou Viana na Comissão de Agricultura da Câmara e foi aplaudido por praticamente todos os deputados que estavam no colegiado. Alguns até bateram na mesa, aprovando a fala de Lupion.