Augusto Aras decide pedir ao STF inquérito contra ministro da Educação
Ministro da Educação, Milton Ribeiro é suspeito de ter montado um gabinete paralelo com pastores na pasta, o que incluiria pedido de propina
atualizado
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O procurador-geral da República, Augusto Aras, pedirá nesta quarta-feira (23/3) que o STF abra um inquérito contra o ministro da Educação, pastor Milton Ribeiro. O documento está sendo elaborado e será assinado pelo vice-PGR, Humberto Jacques de Medeiros. Ribeiro é suspeito de ter montado um gabinete paralelo com outros pastores na pasta, o que incluiria pedidos de propina de um líder religioso a um prefeito, para facilitar acesso a recursos do órgão federal.
Caso o Supremo autorize a abertura de uma investigação formal contra Ribeiro, devem prestar depoimento o ministro, os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos, e o prefeito Gilberto Braga, de Luís Domingues (MA), que disse ter recebido um pedido de propina de Arilton. Áudios também devem ser solicitados para perícia. O pedido de propina do pastor ao prefeito teria sido de R$ 15 mil e um quilo de ouro, como informaram os repórteres Breno Pires, André Shalders e Julia Affonso nesta terça-feira (22/3).
Leia a íntegra do pedido de instauração do inquérito:
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No mesmo dia, o ministro da Educação apareceu, em uma gravação, admitindo favorecer pastores na pasta, a pedido de Jair Bolsonaro, como mostrou o repórter Paulo Saldaña. Em nota, Ribeiro ignorou a gravação e não explicou a atuação dos pastores no MEC.
Enquanto isso, a bancada evangélica, base fiel de Bolsonaro no Congresso, teve uma reunião tensa na Câmara, com o objetivo de definir a estratégia para lidar com o caso do ministro e pastor. “Ninguém é louco, ninguém é bobo, né?”, disse o deputado Marco Feliciano, do PL de São Paulo, aliado de primeira hora e agora no mesmo partido de Bolsonaro. “Mais uma vez, como evangélicos, fomos expostos ao ridículo. É péssimo para nós”, emendou Feliciano.