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Auditor demitido de chefia critica Receita: “Confraria de poder”

Marcus Vinícius Pereira, auditor fiscal da Receita Federal, foi dispensado de cargo na região fiscal responsável por Paraná e Santa Catarina

atualizado

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Receita Federal
1 de 1 Receita Federal - Foto: Divulgação/Receita Federal

O auditor fiscal da Receita Federal Marcus Vinícius Pereira, demitido na última semana de um cargo de chefia, afirmou que a cúpula do órgão é insensível a melhorias de carreira e busca manter uma “confraria de poder”. O auditor enviou uma carta a colegas depois de ser dispensado da região fiscal responsável por Paraná e Santa Catarina.

“Me pus a fazer tudo o que estivesse ao meu alcance para resolver a causa objetiva dessa prostração dos auditores fiscais: nosso recorrente preterimento, por parte dos sucessivos governos, em relação às melhorias de carreira que vêm sendo concedidas a outros cargos de estado, com destaque para advocacia pública federal e, mais especificamente, à Procuradoria da Fazenda Nacional”, escreveu Pereira, demitido do cargo de superintendente-adjunto da 9ª Região Fiscal da Receita. A dispensa do posto de confiança foi publicada no Diário Oficial da última sexta-feira (11/10).

Segundo interlocutores com acesso ao caso, antes da demissão Pereira questionou chefes da Receita sobre a falta de defesa de seus servidores junto ao governo. A Advocacia-Geral da União, por exemplo, recebeu recentemente um “penduricalho” de “auxílio-saúde suplementar” de R$ 3 mil mensais para funcionários e R$ 3,5 mil para aposentados. O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União pediu a derrubada do benefício.

“Nossa alta administração é simplesmente insensível a isso. Sempre tergiversam com argumentações que menosprezam a inteligência daqueles que foram aprovados num dos concursos mais difíceis do país. Tudo para, sejamos francos, manterem sua posição e sua confraria de poder”, afirmou Pereira.

O auditor comparou os chefes da Receita a “generais que comandam uma guerra remotamente, encastelados em sua central de controle”. E disse que não está disposto a ser “jestor [sic] com J”.

Procurado, Pereira afirmou à coluna: “Reafirmo e reitero tudo o que disse sobre a administração da Receita Federal do Brasil. É a percepção da classe dos auditores fiscais, por isso a mensagem repercutiu”.

A Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco Nacional) endossou as críticas que Pereira fez ao comando da Receita. “A falta de Pereira foi expressar, de maneira contundente e inequívoca, o sentimento de revolta que permeia toda a classe dos auditores fiscais”, declarou a entidade.

Em nota, o Sindifisco Nacional defendeu o auditor e afirmou que “não deixará a mobilização da categoria se intimidar por atitudes retaliatórias”. “Aos auditores fiscais deve ser garantido o direito de manifestação e engajamento nas ações deliberadas pela categoria”, disse a entidade.

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metropoles.comGuilherme Amado

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