Atos golpistas atrapalham proteção de indígenas na Amazônia, diz juíza
Juíza federal tentou fazer reunião no Comando Militar da Amazônia, mas não conseguiu sequer entrar no prédio por causa de atos golpistas
atualizado
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Atos golpistas de bolsonaristas em frente ao Comando Militar da Amazônia têm atrapalhado a proteção de indígenas na Floresta Amazônica. A informação consta de uma decisão da Justiça Federal assinada na última sexta-feira (25/11).
A juíza federal Jaiza Fraxe acolheu um pedido da Defensoria Pública da União e ordenou que o governo federal adote todas as medidas necessárias para proteger indígenas do Vale do Javari. Foi nessa região que o indigenista Bruno Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips foram assassinados em junho.
Na última quinta-feira (24/11), a magistrada tentou fazer uma reunião no Comando Militar da Amazônia para organizar uma inspeção judicial no Vale do Javari, frente à “omissão” do governo federal no caso. Não conseguiu nem entrar no prédio. Os arredores do quartel estavam “tomados” por 400 manifestantes, escreveu a juíza, a quem restou apenas o contato eletrônico com os militares.
Como não recebeu prova alguma de que o Exército está protegendo indígenas ameaçados de morte, a juíza voltou a cobrar a União.
“A presença de membros da Força Nacional e do Exército Brasileiro somente se justifica no local se fizerem a efetiva fiscalização nas terras, floresta e rios. Não se justifica ficarem ‘aquartelados’ nas poucas unidades que ainda existem no local”, acrescentou.
Na semana anterior, Fraxe já havia determinado a interrupção de protestos golpistas em frente ao quartel. A decisão atendeu a uma ação do Ministério Público Federal.