Ataques à liberdade de imprensa no Brasil aumentaram 222% em 2020
Liberdade de expressão se deteriorou no governo Bolsonaro, diz relatório internacional
atualizado
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Ataques à liberdade de imprensa no Brasil aumentaram 222% de 2019 para 2020, apontou estudo internacional que será lançado nesta terça-feira (20/7). O Relatório Sombra, elaborado pela organização Voces del Sur, afirmou que a liberdade de expressão no país se deteriorou no governo Jair Bolsonaro, citado no documento por atacar jornalistas.
No ano passado, foram registrados 419 alertas à liberdade de imprensa no país, ante 130 em 2019. A Voces del Sur é uma rede de 13 organizações latino-americanas que monitoram violações à imprensa no continente. A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) faz parte do grupo.
Os ataques incluem 159 discursos estigmatizantes; 112 agressões e ataques; 80 restrições na internet; 39 processos judiciais criminais e civis; 13 restrições de acesso à informação; 11 usos abusivos do poder estatal; três detenções arbitrárias; um marco jurídico contrário aos parâmetros internacionais; e um assassinato.
Em 74% dos casos, o Estado foi identificado como autor dos ataques. O Distrito Federal lidera os registros, com 138 alertas de violações, seguido por São Paulo (59) e Rio de Janeiro (29). “A liberdade de expressão, liberdade de imprensa, acesso à informação e a segurança e proteção dos jornalistas no Brasil se deterioraram sob a presidência de Jair Bolsonaro. Liderado por seu chefe de Estado, o governo brasileiro estigmatiza jornalistas, corrói a confiança do público no jornalismo e incentiva a violência de seus apoiadores”, afirmou o relatório, acrescentando:
“O presidente Bolsonaro, seus seguidores, congressistas, autoridades judiciais e promotores atacam jornalistas com frequência e severidade alarmantes”. O documento também alertou para riscos de mais violência contra a imprensa nas eleições de 2022.