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As perguntas que Guedes ainda não respondeu sobre a offshore

Ministro da Economia pode ter lucrado ao menos R$ 14 milhões com valorização do dólar apenas durante seu mandato à frente da pasta

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
Paulo guedes de olhos fechados
1 de 1 Paulo guedes de olhos fechados - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Nove dias após o Pandora Papers, colaboração jornalística coordenada pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ) e da qual o Metrópoles faz parte, revelar que o ministro da Economia, Paulo Guedes mantém uma empresa offshore num paraíso fiscal, as Ilhas Virgens Britânicas, o caso segue com perguntas sem respostas. Guedes pode ter lucrado pelo menos R$ 14 milhões com a valorização do dólar apenas durante o seu mandato à frente da pasta.

O Ministério da Economia e a defesa de Paulo Guedes não responderam aos seguintes questionamentos enviados pela coluna na última sexta-feira (8/10):

– O ministro alega que deixou a direção da offshore em dezembro de 2018, mas ainda é beneficiário final da empresa?
– Se o ministro saiu da direção da companhia, por que não informou isso no início do mês, quando foi procurado pelo consórcio de jornalistas para dar seu posicionamento sobre a apuração?
– O governo das Ilhas Britânicas confirma que Guedes saiu da direção da offshore?
– Por que o documento alegando que Guedes deixou a direção da offshore não foi registrado na Junta Comercial das Ilhas Virgens Britânicas?
– O ministro deixou de ser acionista da offshore?

A PGR abriu uma apuração preliminar sobre o caso revelado pela reportagem, que também inclui o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. O passo seguinte, caso a investigação vá adiante e considere que há indícios contra o ministro, será a PGR pedir um inquérito junto ao STF.

Por outro lado, no Supremo, o ministro Dias Toffoli arquivou duas ações que pediam que o tribunal investigasse offshores de Guedes e Campos Neto. Toffoli considerou que esses pedidos de investigação teriam de ser feitos diretamente à PGR.

No Legislativo, o ministro da Economia também foi cobrado. Guedes terá de prestar esclarecimentos na Câmara em três ocasiões: uma ao plenário e duas a comissões. No Senado, foi convidado a se explicar.

A defesa de Paulo Guedes afirma que o arquivamento determinado por Toffoli é “mais uma demonstração inequívoca de que não há ilegalidade em manter um veículo de investimento no exterior, declarado à Receita e demais órgãos competentes”, e que o ministro “jamais se beneficiou, de qualquer forma, do cargo que ocupa”. O ministro negou qualquer irregularidade.

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