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As avaliações de coordenador de Marçal sobre eleitores indecisos

Wilson Pedroso, o Wilsinho, coordenador da campanha de Marçal, lançou livro em maio ao lado de jornalista

atualizado

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Bolsonaro Pablo Marçal
1 de 1 Bolsonaro Pablo Marçal - Foto: Metrópoles

Coordenador da campanha de Pablo Marçal à Prefeitura de São Paulo, o consultor político Wilson Pedroso lançou em maio, ao lado do jornalista Luciano Suassuna, o livro “Vencer a eleição: como construir uma campanha competitiva, do planejamento à vitória”.

Publicado pela Geração Editorial, o livro é um manual a candidatos de primeira viagem e a políticos já experimentados, com o passo a passo e conselhos sobre a organização de campanhas eleitorais. Na maior parte da obra, os autores tratam de metodologia e temas práticos, como formação de equipes, distribuição e execução de funções no comitê de campanha, marketing político, uso de redes sociais, arrecadação de recursos e elaboração de agendas.

Ao final do livro, em meio a avaliações sobre a motivação do voto, o coordenador de Marçal e Suassuna mencionam pontos que, em sua visão, têm sido decisivos na definição dos votos de eleitores indecisos em tempos do que chamam de “hiperpolarização política”.

A uma semana das eleições paulistanas, o candidato assessorado por Wilsinho, como Pedroso é conhecido, aparece em terceiro lugar nas pesquisas de intenção de voto, pouco abaixo de Ricardo Nunes e do deputado Guilherme Boulos (PSol). No mais recente Datafolha, Nunes marcou 27%, Boulos, 25%, e Marçal, 21%. Os indecisos somaram 3%.

Dizem o coordenador de Pablo Marçal e Luciano Suassuna sobre os eleitores sem candidato:

“No supermercado das campanhas polarizadas, o melhor produto não está mais ao alcance dos olhos, na prateleira das propostas, mas na tela do celular que reforça suas próprias crenças. O produto fora de série é aquele recomendado pelos amigos do grupo de WhatsApp. Na reta de chegada, nas horas finais da decisão do voto, os valores pessoais, o ódio ao outro e a recomendação do grupo social têm sido decisivos para capturar os indecisos”.

Os dois autores avaliam que essa “pressão” do eleitorado acaba levando governantes eleitos a uma “disfunção da causa pública”. “Uma vez vencedor, é preciso manter o ciclo de ódio os adversários e a crença nos valores do seu grupo, pouco importando o resultado coletivos dessas ideias ou propostas”, afirmam.

Em outro trecho do livro, Wilson Pedroso e Suassuna observam que o debate político migrou do campo das propostas para ser “cada vez mais sobre o que ‘eu’ acredito e contra o que ‘eu’ odeio”. O consultor político e o jornalista entendem que um eleitor mais ideológico ganhou espaço frente ao “eleitor de resultados”, cenário em que mesmo pregar para convertidos pode ser um bom negócio.

“O eleitor de resultados foi demitido pelo eleitor de identidades. Ele é mais ideológico do que pragmático; mais radical do que contemporizador. Sem a motivação dele, você terá mais dificuldades de ganhar a eleição. Falar para os convertidos tornou-se uma forma de converter mais eleitores. Antes de pedir votos, eleja suas causas e seu grupo, como pede essa era da fragmentação eleitoral e de hiperpolarização política”, dizem.

 

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