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Artista vai à Justiça para manter painel de sereia negra em prédio no RJ

Edifício assinou contrato com outra empresa para reparos e obra será apagada; A empena estava disponível após fim de contrato de dois anos

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A imagem de uma sereia negra de 36 metros pintada em um prédio em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro, tornou-se protagonista de uma briga judicial. A lateral do edifício em que a arte foi pintada, em 2018, está precisando de reparos, e, embora a autora, a artista Rafa Mon, queira pagar pela reforma para manter a obra, a síndica do edifício já assinou contrato com uma empresa, que irá remover o grafite.

O contrato de Rafa Mon pela empena, como é chamada a parte superior de paredes externas de prédios, acabou em abril de 2020. Desde então, a parede estava disponível. A empresa que assinou contrato com o condomínio, cujo nome está sendo mantido em sigilo, disponibilizou-se a pagar pelos reparos e pintar uma nova obra na empena.

Rafa Mon diz ser vítima do apagamento de sua história profissional. “Esse é o trabalho de maior grandiosidade da minha carreira, é a obra da minha vida, eu investi dinheiro nela. Eu tenho a sensação de que um filho está sendo levado embora”, lamentou.

Yara de 36 metros pintada em edifício em Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro

O advogado da artista disse que buscou um acordo com a síndica do condomínio, a advogada Marianna Moraes, e esperava um retorno para que Rafa Mon pague para manter a sereia Yara. Moraes negou que esteja negociando com o advogado.

“Eu tenho muito respeito e admiração pela Rafa, mas isso é um condomínio, não é um fã-clube. Se um pedaço de parede cair na cabeça de uma pessoa, quem será responsabilizada sou eu. Eu não me importo com o artista que vai pintar, eu me importo de ser uma arte bonita e que o prédio esteja seguro”, disse Moraes, que só não começou os reparos nesta última semana por causa da previsão de chuva.

Diante do cenário, o advogado irá ajuizar uma ação no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro para embargar a obra. “Independente do contrato, o que prevalece nesse caso é o direito autoral moral da Rafa Mon”, explicou Helder Gavião à coluna.

Segundo ele, ao fim do contrato, o condomínio poderia negociar novamente com a artista, que não foi procurada para tanto. Em contrapartida, a síndica alegou que Rafa Mon sabia que a empena que acolhe sua obra precisava de reparos, mas também nunca procurou o condomínio.

Rafa Mon posa ao lado de sua arte. Foto: Aline Massuca/Metrópoles

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metropoles.comGuilherme Amado

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